O artigo busca compreender o papel polÃtico das tradições diplomáticas no contexto da polÃtica externa brasileira. Trabalhando com a hipótese de que a tradição diplomática brasileira é utilizada ao longo da história de duas maneiras bem distintas, variando de acordo com os interesses de apropriação dos grupos. Em primeiro lugar, quando apropriada por aqueles que compõem o governo a tradição serve como recurso para despolitização da polÃtica externa brasileira, ao servir de elemento justificador das escolhas polÃticas, em contrapartida os grupos de oposição recorrem à tradição e ao questionamento da sua permanência nas escolhas polÃticas para politizar as escolhas internacionais do governo, nesse sentido, politizar a tradição serve como mecanismo de contestação polÃtica. À guisa de conclusão, a observação permite o entendimento de que aqueles que buscaram interferir no debate da polÃtica via utilização das tradições, o fizeram de acordo com seus propósitos polÃticos dentro de duas chaves possÃveis.
The article seeks to understand the political role of diplomatic traditions in the context of Brazilian foreign policy. Working with the hypothesis that the Brazilian diplomatic tradition is used throughout history in two distinct ways, varying according to the interests of groups. Firstly, when appropriated by those who make up the government, tradition serves as a resource for depoliticization of Brazilian foreign policy, serving as justification for policy choices. However, opposition groups resort to tradition and to the questioning of the performance of policies to politicize international choices of government serving as, in this sense, politicizing the tradition of political contestation mechanism. In conclusion, the observation supports the compreension that those who sought to interfere in the political debate through the use of traditions, made it according to their political purposes.