Este artigo enfoca a apropriação que Horkheimer e Adorno fazem da doutrina kantiana do esquematismo no sentido de apontar para o procedimento – característico da indústria cultural – de usurpar de seus consumidores a capacidade de “esquematizar” (referir intuições a conceitos) por si próprios. Considerando-se que os autores não dão outras indicações sobre como se dá esse processo em relação aos meios de massa, o texto procura explicar como a própria percepção em geral é atingida pela “usurpação do esquematismo” a partir de colocações do capítulo da Dialética do esclarecimento sobre o antisemitismo. Essas colocações são complementadas – e também comparadas – com as de Hans Lenk no seu livro O pensamento e o seu conteúdo.
This article approaches the use Horkheimer and Adorno of the Kantian doctrine of schematism do in order to explain culture industry‟s typical procedure, according to which the capacity of its customers to “schematizing” (i.e., referring intuitions to concepts) by their own is expropriated from them. Taking into account that the authors do not give further clues to understanding how this process works, my article seeks to explain how the very capacity of perceiving is reached by the “schematism‟s usurpation”, according to points made in the chapter of Dialectic of Enlightenment on anti-semitism. These points are further completed – and also compared – with positions by Hans Lenk in his book The Thought and its content.