PERSPECTIVAS DE EMANCIPAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA E CURRICULAR: entre teorias e discursos

Ano: 2020 | Volume: 13 | Número: 1

Autores: Elisandra de Souza Peres; José Carlos Bernardino Morgado

Palavras-chave: Emancipação. Currículo. Prática pedagógica.

Resumo Português:

O artigo apresenta os resultados de uma investigação sobre as perspectivas de emancipação presentes nos discursos de professores das Universidades do Minho e do Porto, em Portugal. Objetivou-se conhecer como os professores trabalham o conceito de emancipação e de que forma o fazem, a fim de identificar que perspectivas adotam em suas produções teóricas e como as configuram em suas práticas pedagógicas e curriculares. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que envolveu, inicialmente, o estudo bibliográfico sobre o conceito de emancipação e, posteriormente, entrevistas semiestruturadas como instrumentos de coleta de dados. Para a análise e discussão, contou-se com as contribuições teóricas dos campos da filosofia –Adorno e Horkheimer (1985), Kant (1784), Habermas (2003) e Marx (2010a, 2008) –e do currículo –Apple (2006) e Giroux (1986) –, com as quais se constituíram os aportes de fundamentação. Para as entrevistas, foram selecionados seis professores, pelos seguintes critérios: atuar em cursos de Educação e Tecnologia do Desenvolvimento Curricular e consubstanciar a emancipação como elemento orientador do seu fazer pedagógico e das suas produções teóricas. Os resultados demonstraram que, no discurso dos entrevistados, a emancipação é posta em perspectiva como sinônimo de educação crítica, reflexiva e transformadora. É concebida como possibilidade para o desenvolvimento do pensamento crítico e operar mudanças nos indivíduos –no sentido do Esclarecimento Kantiano –e, por conseguinte, como finalidade da educação. Analisada a partir da fundamentação teórica, esta perspectiva de emancipação se aproxima das abordagens da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, também presentes na Teoria Curricular Crítica.

Resumo Inglês:

The article presents the results of an investigation on the perspectives of emancipation present in the discourses of professors of the Universities of Minho and Porto, in Portugal. The objective was to know how teachers work the concept of emancipation and how they do it, in order to identify which perspectives they adopt in their theoretical productions and how they configure them in their pedagogical and curricular practices. This research has a qualitative approach, which initially entailed the bibliographical study on the concept of emancipation and, later, semi-structured interviews as data collection instruments. For the analysis and discussion, there were the theoretical contributions of the fields of philosophy -Adorno and Horkheimer (1985), Kant (1784), Habermas (2003) and Marx (2010a; 2008) -and curriculum -Apple (2006) and Giroux (1986) -, with this philosophical basis the theoretical framework was constituted. For the interviews, six teachers were selected, according to the following criteria: acting in courses of Education and Technology of Curriculum Development and consolidate emancipation as a guiding element of their pedagogical practice and their theoretical productions. The results showed that, in the interviewees discourse, emancipation is put in perspective as a synonym of critical, reflective and transformative education. It is conceived as a possibility for the critical thinking development and for making changes in individuals –in the senseof Kantian Enlightenment -and therefore as the purpose of education. Analyzed from the theoretical foundation, this emancipation perspective gets close to the approaches of the Frankfurt School Critical Theory, which is also present in the Critical Curricular Theory.

Resumo Espanhol:

El artículo presenta los resultados de una investigación sobre las perspectivas de emancipación presentes en los discursos de profesores de las universidades de Minho y Oporto, en Portugal. El objetivo era saber cómo trabajan los docentes el concepto de emancipación y cómo lo hacen, para identificar qué perspectivas adoptan en sus producciones teóricas y cómo las configuran en sus prácticas pedagógicas y curriculares. Es una investigación cualitativa, que inicialmente involucró el estudio bibliográfico sobre el concepto de emancipación y, más tarde, entrevistas semiestructuradas como instrumentos de recolección de datos. Para el análisis y discusión, contamos con las contribuciones teóricas de los campos de la filosofía –Adorno y Horkheimer (1985), Kant (1784), Habermas (2003) y Marx (2010a, 2008) –y el plan de estudios –Apple (2006) y Giroux (1986), con los cuales se hicieron los fundamentos. Para las entrevistas, se seleccionaron seis maestros, de acuerdo con los siguientes criterios: actuar en los cursos de Educación y Tecnología del Desarrollo Curricular y consolidar la emancipación como elemento guía en su práctica pedagógica y su producción teórica. Los resultados mostraron que, en el discurso de los entrevistados, la emancipación se pone en perspectiva como sinónimo de educación crítica, reflexiva y transformadora. Se concibe como una posibilidad para el desarrollo del pensamiento crítico y para provocar cambios en los individuos, en el sentido de la Ilustración kantiana, y, por lo tanto, como el propósito de la educación. Analizada desde la base teórica, esta perspectiva de la emancipación se acerca a los enfoques de la Teoría Crítica de la Escuela de Frankfurt, también presente en la Teoría Curricular Crítica.