Advogados de interesse público1 em busca de justiça para grupos marginali-zados não serão bem-sucedidos se trabalharem sozinhos. A mudança social significativa ocorre quando pessoas marginalizadas e dispersas se unem e se organizam para tomar o poder em suas próprias mãos. Esses grupos se beneficiam enormemente ao estabelecer relacionamentos com advogados e ao inclui-los em seu processo de organização. Contudo, os modelos de relacionamento do advogado com o cliente são inadequados para estruturar as relações do primeiro com pessoas que se encontram em um processo de organização. Paradigmas tradicionais de representação de grupo são voltados para grupos totalmente formados, estabelecidos e hierarquizados (ex: a representação de sociedades empresa-riais) ou para grupos2 que permanecem atomizados e relativamente passivos durante a representação (ex: litígios de impacto e ações coletivas). A inadequação dos modelos existentes atrapalha a criatividade dos advogados de interesse público e torna difícil es-truturar relacionamentos eficazes e responsáveis com os grupos que trabalham. Este artigo trata desta inadequação ao buscar definir e demonstrar cinco modelos concretos de atuação para advogados representando grupos no processo de organização para con-quista de poder e mudança social.
Public interest law yers seeking justice for marginalized groups cannot succeed by working alone. Meaningful social change occurs when marginalized and dispersed peoples unite and organize to take power into their own hands. Such groups benefit greatly by forming relationships with lawyers and including them in their organizing processes. However, existing attorney-client models are inadequate to structure such relationships between lawyers and people in the process of organizing. Traditional pa-radigms of group representation are designed either for fully-formed, established, and hierarchized groups (e.g., corporate representation) or for constituencies who remain atomized and relatively passive throughout representation (e.g., impact litigation and class actions). The inadequacy of existing models hinders public interest law yers’ imagi-nations and makes it difficult for them to structure efficacious, accountable relationships with the groups with whom they work. This paper addresses that inadequacy by defining and illustrating five concrete models of practice for law yers representing groups in the process of organizing for power and social change.