A literatura surda se reterritorializa linguisticamente nas batalhas poéticas de slam, as quais apresentam poemas de caráter revolucionário, dando voz às minorias silenciadas a partir de performances que usam apenas corpo e voz. As temáticas permitem despertar a reflexão do público para uma consciência política e social que afeta as minorias surdas por meio de duas línguas: a Libras e o Português. O objetivo deste artigo é refletir sobre a poesia surda de slam como uma literatura de resistência aos moldes de representação ouvintista, que delimita o território linguístico social à língua oral, enfatizando a diferença linguística e cultural do povo surdo. Para tanto, analisamos o poema “Voz” de Amanda Lioli e Catharine Moreira, e outros poemas slam, como uma máquina de guerra dotada de potência a partir da filosofia da diferença que resulta na construção de novas possibilidades de pensar, criar, existir e devir-surdo.
Deaf literature is linguistically reterritorialized in poetic slam battles, which present poems of a revolutionary character, giving voice to the silenced minorities through performances that use only the body and the voice. The themes allow the public’s reflection upon a political and social awareness which affect deaf minorities by means of two languages: Libras and Portuguese. This article aims to reflect on deaf slam poetry as a literature of resistance based on the model of the hearing representation, which fixes the social linguistic territory to the oral language, and to emphasize the linguistic and cultural difference of the deaf people. Therefore, the poem “Voz” by Amanda Lioli and Catharine Moreira, along with other slam poems, was analysed as a war machine endowed with power, based on the philosophy of difference which results in the construction of new possibilities for thinking, creating, existing and becoming deaf.