Política educacional: a questão racial e as desigualdades sociais no brasil

Paidéia

Endereço:
Rua Cobre, 200 - Cruzeiro
Belo Horizonte / MG
30310-190
Site: http://www.fumec.br/revistas/paideia
Telefone: (31) 3228-3099
ISSN: 1676-9627 (impressa); 2316-9605 (on-line)
Editor Chefe: Profa. Maysa Gomes
Início Publicação: 01/01/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação

Política educacional: a questão racial e as desigualdades sociais no brasil

Ano: 2011 | Volume: 8 | Número: 11
Autores: José Eustáquio de Brito
Autor Correspondente: José Eustáquio de Brito | [email protected]

Palavras-chave: desigualdade social, relações étnico-raciais, política educacional

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Tomando como ponto de partida a formulação apresentada no documento referência da Conferência Nacional de Educação 2010 sobre a relação entre a política educacional e o quadro de desigualdades presente no País, propõe-se uma análise crítica sobre os limites do diagnóstico proposto no documento para subsidiar a construção de alternativas no campo da política educacional, confrontando esse diagnóstico a referências que incorporam outras dimensões de interpretação da questão social, com ênfase na dinâmica do mercado de trabalho. São discutidas as várias formas de manifestação da questão social em nosso país, acentuando a radicalização do quadro historicamente precário de inserção produtiva a que se encontra submetida à população negra com base na reestruturação capitalista do final do século. Em seguida, valendo-se parcialmente do modelo de constituição de “capital social gerado pelo Estado”, proposto por Martin Carnoy, apresenta-se uma reflexão de modo a complementar os componentes desse modelo com a reflexão sobre a necessidade de reconhecimento da legitimidade dos movimentos sociais como sujeitos políticos, apontando alguns desafios para a consolidação de uma política educacional comprometida com o enfrentamento do quadro de desigualdades refletido.

Resumo Inglês:

This paper consists of a critical analysis of the limits of the diagnosis reported in the 2010 National Education Conference reference document on the relationship between the educational policy and inequalities in Brazil as a means of supporting the construction of alternative educational policies. The aim is to compare this diagnosis with other studies that incorporate other dimensions to interpret social issues, especially those emphasizing the workplace dynamics. The discussion of the manifestation of various social issues in Brazil points to the radicalization of the historically precarious situation of the black population in the production market after the restructure of capitalism in the late 20th century. Some reflections are herein drawn to supplement some components of Martin Carnoy’s “State-generated social capital constitution model”, especially in relation to the need of recognizing the legitimacy of social movements as political actors and challenges to the implementation of educational policies that effectively revert the inequalities in the country.

Resumo Francês:

L’article fait une analyse critique du diagnostic présenté avec l’ensemble de la documentation de référence de la Conférence Nationale de l’Éducation (2010) sur les relations entre la politique éducationnelle et le panorama des inégalités présentes dans le pays à fin de subventionner la construction d’alternatives dans le champ de la politique éducationnelle. L’objectif majeur de la recherche est celui de comparer ledit diagnostic aux références qui intègrent d’autres dimensions de l’interprétation de la question sociale avec l’accent mis sur la dynamique du marché du travail. On discute les plusieurs formes de manifestation de la question sociale dans notre pays en privilégiant la radicalisation do tableau historiquement précaire de l’insertion productive dans laquelle se trouve la population noire depuis la restructuration capitaliste de la fin du siècle. Ensuite, s’appuyant sur le modèle de constitution de “capital social géré par l’État”, proposé par Martin Carnoy, on réfléchit sur le besoin de reconnaissance de légitimité des mouvements sociaux en tant que sujets politiques, on indique aussi quelques défis pour la consolidation d’une politique éducationnelle qui soit engagée dans le combat du tableau d’inégalités démontré.