O artigo põe em plano a noção de hegemonia, reconceptualizada por Laclau e Mouffe, defendendo que ela permite o entendimento de propostas prescritivas e universalistas na política curricular. Volta-se ao foco regulador da BNCC pondo em discussão as disputas por significação disparadas pela reiteração dos termos novos e multiletramentos na Língua Portuguesa nos Anos Finais do Ensino Fundamental. De início, é justificada a abordagem discursiva e uma segunda seção busca demarcar as noções de hegemonia, antagonismo e tradução. Na terceira seção, são problematizadas as tentativas de significar os termos novos e multiletramentos na BNCC, des-sedimentando jogos discursivos pelos quais a regulação e o controle sobre o que é conhecimento e sujeito se insinuam como necessários. Conclusivamente, sinaliza-se para a leitura de que na política curricular para LP na BNCC são hegemonizados sentidos para novos e multiletramentos baseados na ficção de que seria possível antever um futuro (compreendido no contexto da proposta como incerto) e, então, preparar o sujeito. Pondera não bastar somente apontar para a assimetria de tal proposta em si, sendo importante tensionar a perspectiva de que é na relação com tais sentidos que a escola tende a ser tomada como sem qualidade. Assim, defende-se que a BNCC para LP projeta a leitura de que a escola é deficitária e precisa ser reformada por um currículo nacional por ser incapaz de fazer o impossível: produzir hoje sujeitos para um futuro imprevisível.
The article proposes the notion of hegemony, reconceptualized by Laclau and Mouffe, arguing that it allows the compendium of prescriptive and universalist propositions in curricular policy. We return to the regulatory focus of the BNCC, putting into dispute the disputes over meaning triggered by the reiteration of new terms and multiliteracies in the Portuguese Language in the Final Years of Elementary School. From the beginning, it is justified by a discursive approach and a second section seeks to demarcate the notions of hegemony, antagonism and translation. In the third section, attempts to signify new terms and multiliteracies in the BNCC are problematized, de-sedimenting discursive games through regulation and control over what is knowledgeable and subjection insinuates itself as necessary. Conclusively, signaling the reading that in the curricular policy for PL at BNCC, meanings for new and past multiliteracies are hegemonized in the fiction that it would be possible to foresee a future (understood in the context of the proposal as uncertain) and, then , preparer the subject. It considers that simply indicating the asymmetry of such a proposal in itself is not enough, it is important to stress the perspective that itis in the relationship with such meanings that the school tends to be seen as without quality. Thus, it is argued that the BNCC for LP projects the reading that a school is deficient and needs to be reformed by a national curriculum to be incapable of doing the impossible: producing subjects today for an unpredictable future.
El artículo propone la noción de hegemonía, reconceptualizada por Laclau y Mouffe, argumentando que permite el compendio de proposiciones prescriptivas y universalistas en política curricular. Retoma el enfoque normativo del BNCC, poniendo en discusión lasdisputas de significado provocadas por la reiteración de nuevos términos y multialfabetizaciones en lengua portuguesa en los últimos años de la escuela primaria. Desde un inicio se justifica por un enfoque discursivo y un segundo apartado busca demarcar las nociones de hegemonía, antagonismo y traducción. En la tercera sección, se problematizan los intentos de significar nuevos términos y multialfabetizaciones en el BNCC, desedimentando los juegos discursivos a través de la regulación y el control sobre loque se sabe y el sometimiento se insinúa como necesario. Concluyendo, señalando la lectura de que en la política curricular para PL del BNCC, los significados para las multialfabetizaciones nuevas y pasadas están hegemonizados en la ficción de que sería posible prever un futuro (entendido en el contexto de la propuesta como incierto) y, entonces, preparador del tema. Considera que simplemente señalar la asimetría de tal propuesta en sí misma no es suficiente, es importante subrayar la perspectiva de que esen la relación con tales significados que la escuela tiende a ser vista como sin calidad. Así, se argumenta que el BNCC para LP proyecta la lectura de que una escuela es deficiente y necesita ser reformada por un currículo nacional para ser incapaz de hacer lo imposible: producir materias hoy para un futuro impredecible.