Policiados e policiais: dois tempos de uma história de criminalização

Revista Brasileira de Ciências Criminais

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ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Policiados e policiais: dois tempos de uma história de criminalização

Ano: 2017 | Volume: 135 | Número: Especial
Autores: Fernanda Lima da Silva, Manuela Abath Valença, Marília Montenegro Pessoa de Mello,
Autor Correspondente: Fernanda Lima da Silva | [email protected]

Palavras-chave: Racismo institucional – Polícia – Criminalização – Escravidão.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Há mais de cem anos, as cidades brasileiras em formação eram palco do início de uma história de criminalização. Hordas de negros, livres, forros ou escravos, tomavam as ruas e enchiam de medos as elites dirigentes. Uma das saídas encontradas para controlar esse cenário foi a via criminalizadora. A criação das polícias, nesse contexto, traduz uma política estatal de contenção desses corpos. Observando o padrão atual de funcionamento da polícia, somos levados a nos questionar: o que nos une e o que nos separa desse passado escravocrata? Este trabalho pretende discutir respostas possíveis para essa questão. Levantamos como hipótese a de que as demandas atuais por segurança pública nas cidades e o funcionamento das polícias vêm respondendo e reproduzindo uma memória histórica racista. Para investigar o tema, confrontamos dados levantados a partir de pesquisa bibliográfica com dados obtidos a partir de etnografia realizada na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Resumo Inglês:

More than a hundred years ago, Brazilian cities in their process of formation were the scenario of a story of criminalization. Hordes of black people, were they free, slaves or freed, occupied the streets and filled the governing elites with fear. The answer found to control this scenario was their criminalization. The creation of the police, in such context, appears as state policy of containment of black bodies. Observing
the current pattern of police operations, we are driven to question ourselves about what unites and what separates us from this slavery past. This paper intends to discuss possible answers to this question. As hypothesis, we propose current demands for public safety in the cities and the functioning of the police respond to and reproduce a racist historical memory. In order to investigate the topic, we confront data collected from bibliographical research and data obtained from ethnography carried out at the Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.