Propõe-se uma crÃtica radical à s práticas educacionais a partir
de uma interlocução interpelante entre Foucault e a psicanálise.
Foucault aborda os temas da loucura, do saber, do poder e da
ética, tendo como pano de fundo uma crÃtica à sociedade
disciplinar, às instituições e à normalização operada pela
psiquiatria e pela psicanálise. Freud aborda a dinâmica dos
conflitos psÃquicos, contrapondo-se ao saber médico de sua
época, de modo a elaborar uma teoria sobre o inconsciente. O
resgate das crÃticas de Foucault a Freud é fundamental Ã
proposição deste artigo. O diálogo entre as crÃticas
foucaultianas e psicanalÃticas à educação e suas possÃveis
contribuições às transformações de suas práticas só se faz
possÃvel e potencializado, quando se levam em conta as
pertinentes crÃticas de Foucault à psicanálise. Por outro lado,
faz-se necessário admitir que o campo psicanalÃtico, interlocutor
permanente de Foucault, pode, em certa medida, vir a ser um
aliado ao projeto filosófico deste último, quer seja em função do
descentramento em relação à visão do sujeito racional, quer seja
pela crÃtica à s instituições, de modo a promover formas de
pensar e agir diferentes das que geralmente se objetivam nas
práticas escolares e na vida cotidiana.
This paper proposes a radical criticism of educational practices
from an interpellant interlocution between Foucault and
psychoanalysis. Foucault deals with themes like insanity,
knowledge, power and ethics, having as a background a
criticism of disciplinary society, institutions and normalization
performed by psychiatry and psychoanalysis. Freud discusses
the dynamics of psychic conflicts, opposing to the medical
knowledge of his time, so that he could develop a theory of the
unconscious. The retrieval of the criticisms of Foucault to
Freud is fundamental to the proposition of this paper. The
dialog between the foucaultian and psychoanalytic criticisms of
education and their possible contribution for the transformation
of its practices is only feasible and potentialized when it takes
into account the pertinent Foucault’s criticisms of
psychoanalysis. On the other hand, it is necessary to admit that
the psychoanalytic field, as a permanent interlocutor of
Foucault, can become, to a certain extent, an ally of his
philosophical project, as due to its decentering concerning the
view of the rational subject as to the criticism of the institutions.
It may thus promote ways of thinking and acting differently of
those generally aimed in the school practices and in everyday
life.