A Criminologia Feminista revela que, imutavelmente, no decorrer da história e em diferentes sociedades e contextos sociais, a taxa de criminalidade feminina se manteve consideravelmente menor do que a masculina. Os textos criminológicos, aliás, sempre mostraram que as mulheres em geral delinquem bem menos do que os homens. Sutherland e Cressey, de forma incisiva, já asseveravam que o status sexual é o principal aspecto para diferenciar criminosos de não criminosos. Dão o seguinte exemplo para ilustrar a relevância do gênero: “se pedissem a um investigador para usar um único aspecto para prever que pessoas numa cidade de 10 mil habitantes se tornariam criminosas, ele cometeria menos erros escolhendo simplesmente o status sexual e prevendo criminalidade para homens e não criminalidade para mulheres. Ele erraria em muitos casos, pois a maioria dos homens não se tornariam criminosos, e poucas mulheres seriam criminosas. Mas erraria num número maior de casos se usasse qualquer outro aspecto isolado, como idade, raça, histórico familiar ou características de personalidade”.