Procedimentos metodológicos e pesquisa de campo: transitando por caminhos bricolados na pesquisa com povos indígenas

Educação Matemática Pesquisa

Endereço:
Rua Marquês de Paranaguá - 111 - Consolação
São Paulo / SP
01303050
Site: https://revistas.pucsp.br/emp
Telefone: (11) 9244-8536
ISSN: 19833156
Editor Chefe: Saddo Ag Almouloud
Início Publicação: 04/02/1999
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Matemática, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Procedimentos metodológicos e pesquisa de campo: transitando por caminhos bricolados na pesquisa com povos indígenas

Ano: 2020 | Volume: 22 | Número: 3
Autores: J. D. Santos, H. Q. Medeiros
Autor Correspondente: J. D. Santos | [email protected]

Palavras-chave: metodologia, saberes matemáticos, povo tupari

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este estudo, a partir de uma abordagem qualitativa, teve como objetivo apresentar alguns caminhos teóricos e metodológicos utilizados em uma pesquisa de doutorado, realizada com o grupo indígena Tupari, localizado no Estado de Rondônia, Região Norte do Brasil, tendo em vista a possibilidade de propor reflexões sobre metodologias, que possam colaborar para a pesquisa em Educação Matemática. No que se refere ao campo teórico, apoiou-se nas contribuições pós-estruturalistas do campo dos Estudos Culturais, em pressupostos das teorias Pós-Coloniais, em autores do Grupo Modernidade/Colonialidade e em outros, articulados à produção do texto. Os resultados indicam que as experiências produzidas em contextos indígenas oportunizam ressignificar práticas de pesquisa, ao mesmo tempo em que permitem desconstruir concepções advindas do pensamento colonial ocidentalizado. Tais ressignificações colaboram para visualizar, por outras lentes, como os saberes matemáticos circulam no espaço em que a pesquisa foi realizada. Essas percepções advertem que pesquisar, além de ser um ato político, acaba se tornando um ato ético, de respeito às diferenças, e, por isso, precisa estar alinhado com teorias que descortinam os encobrimentos coloniais.



Resumo Inglês:

This study, starting from a qualitative approach, aimed to show some theoretical and methodological paths used in a PhD research, carried out with the Tupari indigenous group, in the State of Rondônia, Brazil North Region, considering the possibility of proposing reflections on methodologies that can contribute for research in Math Education. Regarding to the theoretical field, this research relied on the post-structuralist contributions of the Cultural Studies field, on Post-Colonial theories’ assumptions, on authors of the Modernity/Coloniality Group and others that made it possible to articulate them to the text. The results suggest that the experiences had in indigenous contexts enable the opportunity to give new meaning to research practices while they allow the deconstruction of conceptions from western colonial thinking. Such new meanings help seeing with different eyes how mathematical knowledge flows in places where the research was carried out. These perceptions advise that academic researching, in addition to being a political act, also becomes an act of Ethics, of respect to differences, and therefore, it needs to be aligned with theories that reveal colonial concealments.



Resumo Espanhol:

A partir de un enfoque cualitativo, este estudio tuvo como objetivo presentar algunos caminos teóricos y metodológicos utilizados en una investigación de Doctorado, realizada con el grupo indígena Tupari, ubicado en el Estado de Rondonia, región norte de Brasil, con la intención de proponer reflexiones sobre metodologías que puedan contribuir al estudio de la Educación Matemática. En lo que tiene que ver con el campo teórico, este se apoyó en los aportes pos-estructuralistas del campo de los Estudios Culturales, en postulados de las teorías Poscoloniales, en autores del Grupo Modernidad/Colonialidad y en otros a los que fue posible articular a la producción del texto. Los resultados indican que las experiencias que se producen en los contextos indígenas favorecen la resignificación de prácticas de investigación al mismo tiempo en que permiten deconstruir concepciones provenientes del pensamiento colonial occidentalizado. Dichas resignificaciones facilitan visualizar, a través de otros lentes, la forma como los saberes matemáticos circulan en el espacio en que la investigación fue ejecutada. Esas percepciones demuestran que investigar, más allá de ser un acto político, se convierte en un acto ético, de respeto a las diferencias, y, por lo tanto, debe alinearse con teorías que develan los encubrimientos coloniales.