No artigo, objetivamos refletir sobre os processos educativos que permeiam a vida das extrativistas de coco de babaçu afetadas pelo agronegócio no sul do Piauí (Brasil), destacando as estratégias pedagógicas de construção dos territórios camponeses nesses contextos, suas contradições e resistências. Como ponto de partida, utilizamos uma pesquisa qualitativa, de caráter participativo, realizada entre 2020-2021 junto às quebradeiras da comunidade Sítio, situada no município de Cristino Castro (PI), região de Cerrado declarada como última fronteira agrícola do país. Entre os resultados, destacamos os saberes e pedagogias do trabalho das mulheres extrativistas como constitutivos de uma profunda consciência ecológica compartilhada de geração em geração, configurando-se uma base para a construção de um ecofeminismo camponês. Para tanto, analisamos os saberes emergentes da relação sinérgica com a natureza desenvolvidas por tais mulheres no exercício da reprodução de suas vidas. Nesse sentido, as identificamos como guardiãs da socioagrobiodiversidade e educadoras populares, das novas gerações rurais e das comunidades urbanas com as quais se relacionam na comercialização de seus produtos. Esses legados e o saldo educativo dele resultante encontram-se ameaçados pelos obstáculos que o agronegócio impõe à territorialização camponesa, o que, por conseguinte, envolve a interdição do direito a viver na/da/com a terra e, deste modo de vida, produzir cultura e educação.
In the article we aim to reflect on the educational processes that permeate the lives of babassu coconut extractivists affected by agribusiness in southern Piauí (Brazil), highlighting the pedagogical strategies of construction of peasant territories in these contexts, their contradictions and resistances. As a starting point, a qualitative, participatory research, carried out between 2020-2021 with the breakers of the Sítio community, located in the municipality of Cristino Castro (PI), Cerrado region declared as the last agricultural frontier of the country. Among the results, we highlight the knowledge and pedagogies of the work of extractive women as constitutive of a deep ecological awareness shared from generation to generation, as a basis for the construction of a peasant ecofeminism. Analyzing the emerging knowledge of the synergistic relationship with nature developed by such women in the exercise of the reproduction of their lives, we identify them as guardians of socio-agrobiodiversity and popular educators, of the new rural generations and of the urban communities with which they relate in the commercialization of their products. Such balances and the resulting educational legacy are threatened by the obstacles that agribusiness imposes on peasant territorialization, which involves the interdiction of the right to live on/of/with the land and, in this way of life, to produce culture and education.
En el artículo pretendemos reflexionar sobre los procesos educativos que permanecen en la vida de las extractivistas de coco babasú afectados por el agronegocio en el sur de Piauí (Brasil), destacando las estrategias pedagógicas de construcción de territorios campesinos en estos contextos, sus contradicciones y resistencias. Como punto de partida, tenemos una investigación cualitativa, participativa, realizada entre los anos 2020-2021 con las quebradeiras de la comunidade Sitio, ubicada en el municipio de Cristino Castro (PI), región del Bioma Cerrado declarada última frontera agrícola del país. Entre los resultados, destacamos los saberes y pedagogías del trabajo de las mujeres extractivas como constitutivas de una profunda conciencia ecológica compartida de generación en generación, como base para la construcción de un ecofeminismo campesino. Analizando los saberes emergentes de la relación sinérgica con la naturaleza que desarrollan tales mujeres en el ejercicio de la reproducción de sus vidas, las identificamos como guardianas de la socio-agrobiodiversidad y educadoras populares, de las nuevas generaciones rurales y de las comunidades urbanas con las que conviven. se relacionan en la comercialización de sus productos. Dichos equilibrios y el legado educativo resultante se ven amenazados por los obstáculos que el agronegocio impone a la territorialización campesina, lo que implica la interdicción del derecho a vivir en/de/con la tierra y, en esa forma de vida, a producir cultura y educación.