Este estudo refere-se aos efeitos de atitudes na relação entre pais e o filho com deficiência auditiva e a influência desta relação sobre a capacidade adaptativa do deficiente auditivo. Os sujeitos são 20 surdos encaminhados por escola especializada, 10 deles considerados "adaptados" e os outros considera-dos "não adaptados" pelos funcionários da escola. É utilizado o método da entrevista clínica. Além da entrevista com os surdos, os pais passam por entrevistas em que situam seu filho nos setores Produtividade, Sociocultural, Orgânico e Afetivo-relacional ( segundo Esca-la Diagnóstica Adaptativa Opera-cionalizada de Ryad Simon) e fornecem um histórico sobre o relacionamento com o filho. A pesquisadora criou uma classificação de pais: "pais-heróis", "pais-carras-cos ", "pais-vítimas" e "pais-continentes ". Após análise qualitativa dos dados, verifica-se que os sujeitos considerados "adaptados" pela escola, também são considerados adequados nos quatro setores da adaptação e têm "pais-continentes ", capazes de expressar ambivalência de sentimentos em relação ao filho. É dado destaque à relação entre o tipo de vínculo estabelecido entre pais e filho e os desdobramentos da agressividade no filho. Verifica-se que os filhos de "pais-continentes" apresentam "agressividade construtiva" cujo uso se volta para o desenvolvimento, enquanto os restantes apresentam importantes manifestações de "agressividade destrutiva" voltada para os mundos externo e interno. Denominando-se "pais-heróis" aqueles que negam o ódio contra o filho, resulta que a agressividade do filho volta-se para seu interior. Os chamados "pais-carrascos" -hostis por negarem, produzem no filho agressividade, ora voltada para o interior, por amor-filho vive submissão ao sadismo dos pais, ora para o exterior, identificado com o id sádico dos pais. Um quarto e último tipo, de "pais-vítimas" que reprimem o ódio, também provoca no filho uma dupla ação da agressividade: voltada para o interior, por identificação com o ego sofredor dos pais; ou voltada para o exterior, devido identificação com o superego sádico dos pais.