Neste artigo procuramos apresentar alguns resultados de uma dissertação de mestrado em Educação, na
qual buscamos refletir sobre como ocorre o diálogo entre os saberes da experiência dos professores dos
anos iniciais do Ensino Fundamental I e a disciplina da área da matemática do curso de Pedagogia que
frequentam. A pesquisa, de natureza qualitativa, utilizou como procedimentos metodológicos: observação
participante; entrevista semiestruturada; narrativa e análise documental. Os informantes da pesquisa
foram: a única aluna do curso que também atuava como professora dos anos iniciais e a professora
responsável pela disciplina voltada para o ensino da Matemática no curso de Pedagogia selecionado. A
linha teórica do trabalho foi dada pelos estudos de Shulman (2004), Tardif (2002) e Cavaco (2002). O
estudo apontou que tanto a linguagem inadequada utilizada quanto o pouco tempo destinado à disciplina
voltada para o ensino da Matemática contribuem para uma formação matemática superficial, gerando
professores inseguros e que se sustentam em discursos prontos e de senso comum. Percebemos, ainda, que
o uso do material concreto está mais relacionado com a negação do ensino tradicional do que com uma
proposta voltada para Educação Matemática. O estudo apontou a existência de pouco diálogo entre os
saberes da experiência trazidos pelos alunos na formação matemática do Curso de Pedagogia.