Desde a década de 1970, a literatura sobre movimentos sociais e protestos tem apontado para a importância do contexto de oportunidade política e de estruturas de mobilização de recursos, que tornam as ações de protestos mais viáveis. As principais hipóteses dessas teorias defendem que existe uma relação curvilínea entre o contexto político e protestos e que a maior disposição de recursos está relacionada com mais protestos. O objetivo deste artigo é testar essas duas proposições para o contexto dos países latino-americanos. A partir de 56 amostras de 17 países, disponíveis no repositório do World Value Survey (WVS), e dos indicadores políticos fornecidos pelo Varieties of Democracy (V-Dem), testamos diferentes cenários e analisamos em qual deles o protesto é mais frequente. Nossos resultados não corroboram a hipótese de curvilinearidade e sugerem que a maior disposição de
recursos está relacionada com a maior frequência de protestos.