Protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, resiliência e autonarrativa: narrativas femininas têm valor

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ISSN: 2525-5096
Editor Chefe: Marcelo Roseno de Oliveira
Início Publicação: 29/11/1997
Periodicidade: Semestral

Protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, resiliência e autonarrativa: narrativas femininas têm valor

Ano: 2024 | Volume: 22 | Número: 1
Autores: Ferraz, Deise Brião. Costa, Marli Marlene Moraes de.
Autor Correspondente: Ferraz, Deise Brião. Costa | [email protected]

Palavras-chave: Resiliência. Autonarrativa. Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero. Gênero

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A autonarrativa das mulheres em processos judiciais que versam explícita ou implicitamente sobre gênero pode colaborar com o seu processo de resiliência?Este é o problema que orienta esta pesquisa e que parte de hipótese afirmativa, com o objetivo geral de demonstrar que a autonarrativa, especialmente a partir da credibilidade e peso dado à voz das mulheres pode ter um efeito resiliente. Resiliência é aqui compreendida como um processo de retomada do desenvol-vimento após eventos ou vivências traumáticas ou de difícil elaboração. O peso elevado que deve receber a palavra da mulher é uma previsão do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero e segue recomendação do Comitê CEDAW para o acesso das mulheres à Justiça, livre de estereótipos e com equi-dade de gênero. Como objetivos específicos pretende-se apresentar a necessidade de uma análise de gênero do fenômeno legal; posteriormente, será abordada a complexidade e dinamicidade dos conflitos interpessoais e seus efeitos psíqui-cos eventualmente traumáticos e, ao final, serão apresentados e relacionados os conceitos de resiliência e elaboração autonarrativa, bem como o papel dos(as) juristas como tutores de resiliência implícitos. O método de abordagem utilizado é o indutivo, com método de pesquisa bibliográfico e documental e o método procedimental é o monográfico. As conclusões apontaram para a possibilidade da atuação de juristas como tutores de resiliência em suas práticas jurídicas, propiciando um espaço seguro e respeitoso para a autonarrativa das mulheres quando do seu ingresso no judiciário, colaborando, assim, com seus processos de retomada do desenvolvimento, já que as condições afetivas da resiliência são especialmente estimuladas pelos vínculos desenvolvidos no entorno.



Resumo Inglês:

Can women’s self-narrative in legal proceedings that explicitly or implicitly address gender contribute to their resilience process? This is the problem that guides this research and which starts from an affirmative hypothesis, with the general objective of demonstrating that self-narrative, especially based on the credibility and weight given to women’s voices, can have a resilient effect. Resilience is understood here as a process of resuming development after events or experiences that are difficult to deal with. The high weight that women’s words should receive is a prediction of the Trial Protocol with a Gender Perspective and follows the CEDAW Committee’s recommendation for women’s access to justice, free from stereotypes and with gender equality. As specific objectives, we intend to present the need for a gender analysis of the legal phenomenon; subsequently, the complexity and dynamism of interpersonal conflicts and their possibly traumatic psychic effects will be addres-sed and, finally, the concepts of resilience and self-narrative elaboration will be presented and related, as well as the role of jurists as implicit resilience tutors. The approach method used is inductive, with a bibliographic and documentary research method and the procedural method is monographic. The conclusions pointed to the possibility of jurists acting as guardians of resilience in their legal practices, providing a safe and respectful space for women’s self-narrative when they enter the judiciary, thus collaborating with their processes of resumption of development, already that the affective conditions of resilience are especially stimulated by the bonds developed in the environment.