Objetivamos identificar permanências históricas nas atuações dos governos municipais de São Paulo frente às epidemias e pandemias, considerando populações de moradias precárias e periféricas, em dois momentos: período de 1930 à 1970, e o primeiro ano da pandemia de Covid-19. Analisamos fontes jornalísticas e legislações em diálogo com a literatura existente sobre os períodos citados. O intenso processo de metropolização urbana, precarização das condições de moradia e de saneamento aprofundou as desigualdades sociais na cidade, a partir da alocação da população em determinados locais, das doenças que as abatiam, e da falta de acesso aos serviços médicos e de saúde, princi-palmente frente a epidemias. Em momentos de epidemias e pandemias, como a da COVID-19, os grupos mais vulneráveis têm reduzido seus corpos ao menor valor no jogo social, se tornando dispensáveis por parte da po-pulação e das autoridades de saúde pública, não incluídos adequadamente nas políticas assistenciais.
We aim to identify historical permanences in the actions of the municipal governments of São Paulo in the face of epidemics and pandemics, considering populations of precarious and peripheral housing, in two moments: the period from 1930 to 1970, and the first year of the Covid-19 pandemic. We analyzed journalistic sources and legislation in dialogue with the existing literature on the aforementioned periods. The intense process of urban metropolization, as well as the precarious housing and sanitation conditions, deepened social inequalities in the city, from the allocation of the population in certain locations, the diseases that affected the people, and the lack of access to medical and health services, especially in the face of epidemics. In times of epidemics and pandemics, such as COVID-19, the most vulnerable groups have reduced their bodies to the lowest value in the social game, becoming expendable in the eyes of the population and public health authorities, not being adequately included in assistance policies.
Buscamos identificar permanen-cias históricas en las acciones de los gobiernos municipales de São Paulo ante epidemias y pandemias, considerando po-blaciones de vivienda precaria y periférica, en dos momentos: período de 1930 a 1970, y el primer año de la pandemia de la covid-19. Analizamos fuentes periodísticas y legislación en diálogo con la literatura existente sobre los períodos citados. El intenso proceso de metropolización urbana, precarias condiciones habitacionales y de saneamiento profundizó las desigualdades sociales en la ciudad, basadas en la asignación de la población a determinados lugares, las enfermedades que la afectaban y la falta de acceso a servicios médicos y de salud, especialmente ante las epidemias. En épocas de epidemias y pandemias, como la de COVID-19, los grupos más vulnerables han reducido sus cuerpos al mínimo valor en el juego social, volviéndose prescindibles por la población y las autoridades de salud pública, no adecuadamente incluidos en las políticas asistenciales.