Quem é o professor segundo o projeto escola sem partido? Um processo de silenciamento e depreciação docente

Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade

Endereço:
Rua Silveira Martins - Cabula
Salvador / BA
41150-000
Site: http://[email protected]
Telefone: (91) 9804-9827
ISSN: 2358-0194
Editor Chefe: Elizeu Clementino de Souza
Início Publicação: 09/02/2021
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas

Quem é o professor segundo o projeto escola sem partido? Um processo de silenciamento e depreciação docente

Ano: 2020 | Volume: 29 | Número: 58
Autores: LOURES, Luciene Fernandes. SAMPAIO, Thais Fernandes.
Autor Correspondente: LOURES, Luciene Fernandes. | [email protected]

Palavras-chave: Escola sem Partido. Análise do discurso. Professores. Silenciamento. Depreciação.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo pretende demonstrar, através da análise dos PLs nº 7.180/2014 e nº 867/2015, como o Movimento Escola sem Partido contribui para o silenciamento e depreciação dos professores. Como base teórica, utilizou-se Bauman (2001, 2005, 2008), além de discussões de Apple (2006, 2017) sobre a educação “à direita”, o processo de identidade docente de Giroux (1997), Spivak (2012) e Bohn (2013), assim como o conceito de silenciamento trazido por Orlandi (2007). Através das análises, foi possível identificar a forte presença de grupos neoliberais, neoconservadores e fundamentalistas religiosos em nossa educação e também traçar o perfil docente segundo os defensores do Movimento: doutrinador, manipulador, influenciador, explorador, criminoso, autoritário, opressor e esquerdista. A falácia da neutralidade do ensino é uma tentativa de calar a voz de uma classe que representa 2,5 milhões de profissionais. Diante desse cenário, faz-se necessário repensar os cursos de formação docente. O futuro professor precisa reconhecer-se como profissional e intelectual para conseguir formar alunos conscientes de seu papel e de sua importância na sociedade.



Resumo Inglês:

This article aims to demonstrate, through the analysis of the projects nº 7.180/2014 and nº 867/2015, how the “Escola sem Partido” movement contributes to the process of silencing and depreciation of the teachers. The theory used consider the ideas from Bauman (2001, 2005, 2008), discussions about education in the “right” way (APPLE, 2006, 2017), the construct of teacher’s identity (BOHN, 2013; GIRROUX, 1997; SPIVAK, 2012), and also the concept of silencing (ORLANDI, 2007). The analysis reveals the strong presence of neoliberals, neo-conservatives and of religious fundamentalists in our education and traces the teacher’s profile according to the defenders of the movement: an indoctrinator, a manipulator, an influencer, an exploiter, a criminal, an authoritarian, an oppressor with left political ideals. The fallacy about neutral teaching represents an attempt to silence the voice of the class that represents 2,5 million professionals. It is necessary to rethink our teacher education. The future teacher needs to recognize yourself as a professional and an intellectual, thereby he or she will be able to form students conscious of their role in society



Resumo Espanhol:

Este artículo pretende demonstrar, a través de análisis de los proyectos nº 7.180/2014 e nº 867/2015, como el movimiento “Escola sem Partido” contribuye para silenciar y depreciar los profesores. En nuestra base teórica fue utilizado Bauman (2001; 2005; 2008), discusiones acerca de la educación “a la derecha” (APPLE, 2006; 2017), del proceso de identidad de los profesores (BOHN, 2013; GIRROUX, 1997; SPIVAK, 2012) y también el concepto de “silenciamiento” (ORLANDI, 2007). Los análisis identificaron la presencia de grupos neoliberales, neo conservadores y fundamentalistas religiosos en nuestra educación y también trazaron el perfil de los profesores de acuerdo con los defensores del movimiento: adoctrinador, manipulador, influyente, explotador, criminal, autoritario, opresor y con ideologías de izquierda. La falacia de la neutralidad de la educación é un intento para callar la voz de una clase con 2,5 millones de profesionales. Es necesario repensar los cursos de formación de profesores. El futuro profesor precisa reconocerse como profesional e intelectual para formar estudiantes conscientes de su papel y de su importancia en la sociedad.