Os problemas que afetam a sociedade não estão mais centrados no âmbito da
reflexão sobre a cultura, a polÃtica e em uma inflexão a si mesmos. A vida, um dos principais
elementos da reflexão filosófica, tornou-se destituÃda de valor e passou a ser medida
pelo “desejo†do mercado. Por isso, segundo Foucault, é difÃcil criar condições de
resistência, uma vez que não se sabe de onde vem o poder, onde estamos e qual o nosso
desejo: tudo o que pertencia ao sujeito está capturado pelo biopoder. Assim, vivemos
(sobrevivemos, nos termos de Agamben) num momento de empobrecimento da experiência,
da vida, dos valores e de nós mesmos. O problema que se coloca é, então, como
resistir a esse empobrecimento? Pensamos que uma possÃvel chave para pensar esse problema
esteja na procura por compreender como nos tornamos empobrecidos dessa
capacidade de fazer experiência. Nossa intenção é compreender como o ensino da filosofia
se posiciona face à pobreza de experiência, apontada por Benjamin.
The problems that affect society are no longer focused on the scope of
reflection about culture, politics and on a turnaround in itself. Life, one of the main elements
of philosophical reflection, has become devoid of value and now is measured by
the “desire†of the market. Hence, according to Foucault, it is difficult to create conditions
of resistance, since it is not known where power comes from, where we are and
what we want: everything that belonged to the subject is captured by biopower. Thus, we
live (survive, according to the terms used by Agamben) at a time of impoverishment
from culture, life, values and ourselves. The problem that arises, then, is how to resist to
that impoverishment? We believe that a possible key to think this problem is the attempt
to understand how we have become impoverished from that capacity to do an experience.
Our intention is to comprehend how the teaching of philosophy faces the poverty
of experience, pointed by Benjamin.