O que significa “refletir” e como opera o ato de refletir na escola? Este artigo explora dois diferentes modos de refletir em contextos de escolas, nos quais os/as alunos/as compartilham experiências de exclusão social, de baixo desempenho em atividades educacionais convencionais, de desafios econômicos e de problemas familiares. O corpus é oriundo de minha pesquisa etnográfica, que foi realizada em uma escola vocacional experimental na Alemanha em 2004 e 2005, e de uma análise posterior de um projeto escolar que ocorreu na Escola de 2º grau “Woodrow Wilson” em Long Beach, Califórnia, de 1994 a 1998. Na interlocução entre Foucault e Vigotski, o artigo busca demonstrar como os diários e as narrativas de jovens alunas escritos em diferentes contextos educacionais promoveram formas diferentes de comunicação entre professores/as e alunos/as e, também, modos qualitativamente distintos de reflexão. A análise explora o significado dessas diferenças para a educação e para a prática psicológica educacional. Este artigo “brinca” com a sua própria escrita, desdobrando-se como uma peça de teatro, apresentada em oito atos e dois interlúdios. A peça não é, porém, escrita até o fim, e os próximos atos e o fechamento ficam em aberto.
What means “reflecting” and what is the role of reflecting at school? This article elaborates on different modes of reflecting at schools where students share experiences of social exclusion, poor performance in mainstream educational settings, economic challenges, and family-related problems. These materials stem from my own ethnographic research that took place at an experimental vocational school in Germany in 2004 and 2005, and an a posteriori analysis of a school project that took place at the Woodrow Wilson High School in Long Beach, California from 1994 to 1998. Echoing Foucault as well as Vygotsky, the article demonstrates how diaries and narrations by young women written in different educational contexts promoted different forms of communication between teachers and female students as well as qualitatively distinct modes of reflection. The analysis explores the significance of these differences for educational and educational-psychological practice. The article experiments with writing: it unfolds as a theatre play in 8 acts and 2 interludes. The play is however not written to an end and the next and closing acts remain unknown.