O objetivo deste artigo é refletir acerca de três modalidades da narrativa a respeito de si mesmo. Dialogamos com as reflexões de Foucault (2019) e Butler (2015) acerca das técnicas de si e da subjetivação política, que nos oferecem uma perspectiva de resistência e experimentação para caracterizar a potência transformadora do relato. Em seguida, trabalhamos a partir da perspectiva de Zygouris (1995) para caracterizar as possibilidades narrativas do testemu-nho, sobretudo em relação ao modo como eventos traumáticos são apropriados pelos sujeitos em seu processo de auto realização, desidentificação e contato com diferentes alteridades e posições de sujeito. Por meio das reflexões teóricas, intencionamos trazer à cena pontos de aproximação e de distanciamento entre as modalidades de narrativa de si mesmo. Observa-se, dessa maneira, que a narrativa autobiográfica se expande em várias modalidades entrelaçadas com seu contexto político e situacional.
The objective of this article is to reflect on three self-narrative modalities. We dialogued with the works of Foucault (2019) and Butler (2015) on the techniques of the self and political subjectivation, which offer a perspective of resistance and experimentation to characterize the transforming power of the self-report. Then, we shift to the perspective of Zygouris (1995) to understand the narrative possibilities of testimony, especially regarding how traumatic events are appropriated by subjects in their process of self-realization, disidentification and contact with different alterities and subject positions. By means of theoretical reflections, we intend to bring forward some points of approximation and distancing between the modalities of self-narrative presented here. It is observed, therefore, that the autobiographical narrative expands itself in several modalities intertwined with the political and situational context.
El propósito de este artículo es reflexionar sobre tres modos de narrar a sí mismo. Dialogamos con las reflexiones de Foucault (2019) y Butler (2015) sobre las técnicas de sí y la subjetivación política, que nos ofrecen una perspectiva de resistencia y experimentación para caracterizar el poder transformador del relato. Luego, trabajamos desde la perspectiva de Zygouris (1995) para caracterizar las posibilidades narrativas del testimonio, especialmente en relación con la forma en que los eventos traumáticos son apropiados por los sujetos en su proceso de autorrealización, desidentificación y contacto con diferentes alteridades y posiciones del sujeto. A través de reflexiones teóricas, pretendemos traer a escena puntos de aproximación y distanciamiento entre las modalidades de narrativa de sí aquí presentadas. Se observa, por tanto, que la narrativa autobiográfica se expande en varias modalidades entrelazadas con su contexto político y situacional.