A religiosidade/espiritualidade (R/E) tem sido cada vez mais investigada pela literatura científica, notadamente no campo da saúde. Ao considerar o humano em sua interface com os elementos da espiritualidade, seguindo recomendações da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), opera-se a necessidade de que tal dimensão não seja apenas mais um vértice na atenção à saúde, mas um componente que deve ser valorizado, incorporado, investigado e constantemente questionado, a fim de que avanços possam vir à tona. Esse diálogo deve, ainda, atravessar os processos de ensino e aprendizagem, o fomento à pesquisa científica e o incentivo para que práticas sejam desenvolvidas, trazidas a campo e avaliadas em termos de seus objetivos, resultados e alcances.1-3
A literatura científica contemporânea tem expressado com bastante entusiasmo o modo como a R/E vem sendo compreendida nos processos de saúde e doença.2 No campo da Psicologia, a APA (American Psychological Association) possui uma divisão, a de número 36, que trata especificamente de aspectos relacionados à R/E. A Society for the Psychology of Religion and Spirituality tem como objetivo estimular as pesquisas científicas no campo da religiosidade e da espiritualidade, de modo que os resultados desses estudos possam ser incorporados empiricamente em contextos clínicos e nas mais diversas formas de atenção à saúde, estimulando o diálogo entre ciência e religião. Essa divisão da APA é responsável pela publicação do periódico Psychology of Religion and Spirituality e também da publicação Society for the Psychology of Religion and Spirituality Newsletter.