O presente artigo tem como objetivo compreender o papel da toponímia urbana enquanto discursos hegemônicos do papel social da mulher na formação da cidade de Londrina, Paraná. Valemo-nos de textos biográficos anexados aos projetos de leis que nomeiam logradouros públicos. Na impossibilidade de apresentarmos todas as questões engendradas por essa escrita, optamos por uma análise específica sobre as representações de gênero contidas nas biografias de mulheres escolhidas para tais nomeações. Propomos uma reflexão sobre as imbricações entre a escrita biográfica, a História e as relações de gênero, observando a cidade de Londrina, que é também marcada por forte discurso memorialístico sobre o pioneirismo, daqueles que construíram a cidade, especialmente homens. No período estudado foram criados mais de quatro mil logradouros, sendo que os nomes de mulheres estão em 781. Assim, observamos que a toponímia com tais está sub-representada, e acentuadamente marcada por papeis sociais delimitados.
The main objective of this article is to understand the role of urban toponymy as hegemonic discourses of the social role of women in the formation of the city of Londrina, Paraná. Hence, we make use of biographical texts attached to the bills that name public places. In the impossibility of presenting all the questions engendered by this writing, we opted for a specific analysis on the representations of gender contained in the biographies of women chosen for such honors. We propose a reflection on the imbrications between biographical writing, History and gender relations, observing the city of Londrina, which is also marked by a strong memorialistic discourse on the pioneering spirit of those – especially men – who built the city. In the period studied, more than four thousand places were created, with the names of women being in 781 of them. Thus, we observe that the toponymy with names of women is underrepresented, and highly marked by delimited social roles.
El objetivo principal de este artículo es comprender el papel de la toponimia urbana como discursos hegemónicos del papel social de la mujer en la formación de la ciudad de Londrina-PR. De esta manera, hacemos uso de textos biográficos adjuntos a los proyectos de ley que nombran lugares públicos. Ante la imposibilidad de presentar todas las cuestiones que engendra este escrito, optamos por un análisis específico sobre las representaciones de género contenidas en las biografías de mujeres elegidas para tales nombramientos. Proponemos una reflexión sobre las imbricaciones entre escritura biográfica, Historia y relaciones de género, observando la ciudad de Londrina, que también está marcada por un fuerte discurso memorialista sobre el espíritu pionero de quienes – especialmente los hombres – construyeron la ciudad. En el período estudiado se crearon más de cuatro mil lugares públicos, de los cuales a 781 se les pusieron nombres de mujeres. Así, observamos que la toponimia con nombres de mujeres está subrepresentada, y claramente marcada por roles sociales delimitados.