Este livro, de maneira instigante, analisa as questões relativas ao contexto escolar relacionando a construção da subjetividade do surdo. As autoras apresentam pesquisas de campo abordando a importância do ensino em língua de sinais; as controvérsias em relação ao ensino inclusivo do surdo e as dificuldades encontradas com a falta de interlocução do mesmo. Questiona a dificuldade da pessoa surda em se constituir como sujeito dentro de um processo de ensino que limita a elaboração conceitual. Discute estudos surdos e a teoria crítica de curriculum, abordando as diferentes visões dos professores ouvintes e surdos sobre o curriculum, apontando o mesmo como um campo de lutas e relações de poder diferenciado da prática da educação de surdos que tende a despolitizar este campo de ação. Aborda, também, a ausência de uma língua efetiva comportilhada a partir da análise da inter-subjetividade de Baktin. E, ainda, como condições adversas afetam a formação de surdos, sempre silenciados pelos discursos domi-nantes.