Uma das grandes contribuições da Educação do Campo é o reconhecimento da necessidade de saberes e fazeres docentes forjados nas vivências únicas e singulares, tanto no seu processo de formação quanto no cotidiano das suas atividades como docentes. Este artigo objetiva refletir sobre os saberes profissionais de docentes que atuam na escola do campo, construídos, relacionados e mobilizados pelos professores de acordo com as exigências e desafios provenientes dessa realidade educacional. Trata-se de um estudo de campo, dentro de uma abordagem qualitativa, realizado a partir da aplicação de entrevista semiestruturada com quatro professoras que atuam em uma escola do campo. Combinamos a pesquisa empírica com o modelo epistemológico de compreensão e análise para os saberes dos professores apresentado por Tardif (2011), traduzidos em saberes profissionais, saberes disciplinares, saberes curriculares e saberes experienciais. Os resultados da pesquisa revelam que os professores valorizam os saberes experienciais, sem desmerecer os saberes profissionais, pois, sem formação específica para atuar na escola do campo, é no cotidiano de suas funções que eles vivem situações concretas, a partir das quais se faz necessário decidir as estratégias e ações diante da situação apresentada.