Serviço Social e comissão de heteroidentificação: a concepção materialista de história
Revista da Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Serviço Social e comissão de heteroidentificação: a concepção materialista de história
Autor Correspondente: Thais Felipe Silva dos Santos | [email protected]
Palavras-chave: comissão de heteroidentificação, formação social brasileira, serviço social
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este artigo é fruto da pesquisa de doutorado em andamento desenvolvida na Uni
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versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tem como temática a relação orgânica en
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tre classe e raça. O objetivo no artigo é enfocar a formação social brasileira, notadamente,
a concepção de história adotada nos fundamentos do Serviço Social, bem como seu alcance
para atuação das/os assistentes sociais nas comissões de heteroidentificação. A metodolo
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gia utilizada foi pesquisa bibliográfica em fontes documentais estudadas na construção da
tese, com ênfase na formação profissional do Serviço Social, política de ação afirmativa,
heteroidentificação e luta antirracista. É enfatizada a importância da implantação de
co
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missões de heteroidentificação para a validação presencial das autodeclarações firmadas
por candidatos/as que se inscrevem para a reserva de vagas em concursos públicos ou pro
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cessos seletivos de universidade, no intuito de aprimorar a efetividade da política pública
de ação afirmativa, bem como de coibir a imensa quantidade de fraudes que ocorrem.
A
partir dos núcleos de formação constitutivos das diretrizes curriculares da Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, de 1996, procurou-se cotejar elementos
para aproximações sucessivas no que tange à realidade do racismo antinegro no Brasil, à
luz da concepção materialista de história. Nesse sentido, em perspectiva de totalidade, é
apontada a necessária articulação entre presente e passado da história do Brasil, para aná
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lise e interpretação dos nexos que estruturam o racismo antinegro. As proposições finais
buscaram fornecer chave interpretativa para que assistentes sociais analisem o espaço
das comissões de heteroidentificação como lócus de luta antirracista, ao superar a gestão
fenotípica e conferir patamar qualitativamente superior para análise e interpretação da
assimetria entre os seres sociais mediada pelo racismo antinegro.
Resumo Inglês:
This article is the result of an ongoing doctoral research developed at the Fe
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deral University of Rio de Janeiro (UFRJ), whose theme is the organic relationship bet
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ween class and race. The objective of this article is to focus on Brazilian social formation,
notably, the conception of history adopted in the foundations of Social Work, as well as
its scope for the performance of social workers in heteroidentification committees. The
methodology used was bibliographic research in documentary sources studied in the
construction of the thesis, with emphasis on professional training in Social Work, af
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firmative action policy, heteroidentification and antiracism struggle. The importance
of implementing heteroidentification committees for the face-to-face validation of self
-
-declarations signed by candidates who apply to reserve vacancies in public tenders or
university selection processes is emphasized, in order to improve the effectiveness of
the public policy of affirmative action, as well as to curb the immense amount of fraud
that occurs. From the training centers constituting the curricular guidelines of the 1996
Brazilian Association of Teaching and Research in Social Work, was tried to compare ele
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ments for successive approximations regarding the reality of anti-black racism in Brazil,
in the light of the materialist conception of history. In this sense, from a perspective of
totality, the necessary articulation between the present and the past of Brazilian history
is pointed out, for the analysis and interpretation of the nexuses that structure anti-black
racism. The final propositions sought to provide an interpretative key to social workers
to analyze the space of heteroidentification commissions as a locus of antiracism struggle,
by overcoming phenotypic management and providing a qualitatively superior level for
the analysis and interpretation of the asymmetry between social beings mediated by
racism anti-black.
