Partindo da distinção entre palavra e coisa no pensamento renascentista de Michel de
Montaigne, o presente artigo relaciona a posição de Freud sobre a sexualidade infantil
com o trabalho ético do cuidado de si. A sexualidade é um ato discursivo que envolve
tanto a dimensão simbólica – as representações convencionalmente instituÃdas pela
ordem social –, como a dimensão imaginária – as formas com que os indivÃduos se
constituem como identidade psÃquica, e a dimensão real – o impossÃvel de
representação que retorna com a potência da repetição. Assim, pretende-se articular
a posição de Michel Foucault com a psicanálise de Freud e Lacan para estabelecer
algumas matrizes de pensamento sobre a inclusão do tema da sexualidade no
cotidiano escolar.