Este trabalho objetivou investigar o desenvolvimento cognitivo de adolescentes surdos com idade entre 12 e 14 anos, que há pelo menos sete anos eram educados numa abordagem bilíngüe e suas possibilidades em relação ao ensino de Matemática da segunda fase do ensino fundamental, cotejando os resultados com os de uma outra pesquisa, realizada em 1996, que, com os mesmos objetivos, avaliou surdos de mesma idade educados numa abordagem oralista. Os resultados indicaram que tanto os surdos “oralistas” quanto os bilíngües não possuíam ainda estruturas cognitivas que lhes possibilitassem compreender os conceitos matemáticos do nível escolar em questão; porém, os surdos bilíngües possuíam grau de escolaridade superior aos da pesquisa anterior, apesar de todos apresentarem defasagens cognitivas de dois anos em relação aos ouvintes, colocando em questão os “sucessos” escolares obtidos pelos sujeitos bilíngües em Matemática.