TEORIA DO DISCURSO E A QUESTÃO MULTICULTURAL: articulações (im) possíveis?

Revista Espaço do Currículo

Endereço:
Via Expressa Padre Zé - S/N - Cidade Universitária
João Pessoa / PB
58900-000
Site: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec
Telefone: (83) 3043-3170
ISSN: 1983-1579
Editor Chefe: Maria Zuleide Pereira da Costa
Início Publicação: 29/02/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

TEORIA DO DISCURSO E A QUESTÃO MULTICULTURAL: articulações (im) possíveis?

Ano: 2022 | Volume: 15 | Número: 2
Autores: W. G. Ribeiro
Autor Correspondente: W. G. Ribeiro | [email protected]

Palavras-chave: Teoria do Discurso, Multiculturalismo, Teoria Política, Educação, Diferença

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O texto propõe a articulação do aporte teórico-metodológico da abordagem discursiva laclauniana com as questões multiculturais. Traça uma contextualização na qual explicita a relevância do debate identitário para o país, a despeito das críticas e dos problemas e riscos com o essencialismo. A partir disso, destaca o que tem sido compreendido como multiculturalismo, isto é, um conjunto de respostas acerca da condição plural das sociedades contemporâneas. Tais respostas são mobilizadas por questões enunciadas em múltiplos contextos, incluindo a educação. Já a teoria do discurso emerge como uma teoria política pós-estruturalista e pós-fundacionista. Não há origens e nem teleologias, identidades fixas e sujeitos autocentrados. Rejeitando tanto o universalismo imposto quanto o relativismo fragmentário, se apresenta como um convite para pensar o social de outro modo, incorporando questões complexas como o universalismo e o particularismo. Nesse sentido, não nega a necessidade de respostas às questões multiculturais,mas ao modo como geralmente as tratamos, reconfigurando o sentido de diferença para além da diversidade cultural, o que inclui também a singularidade, a multiplicidade, o fluxo discursivo em disputa. Defendo que a aproximação é potente e pertinente para odebate contemporâneo no qual o país se insere de maneira dramática, considerando as desigualdades e as opressões.



Resumo Inglês:

The text proposes the articulation of the theoretical-methodological contribution of the Laclaunian discursive approach with multicultural issues. It outlines a context in which it explains the relevance of the identity debate for the country, despite the criticisms and the problems and risks with essentialism. From this, it highlights what has been understood as multiculturalism, that is, a set of answers about the plural condition of contemporary societies. Such responses are mobilized by questions raised in multiple contexts, including education. Discourse theory, on the other hand, emerges as a post-structuralist and post-foundational political theory. There are no origins and no teleologies, fixed identities and self-centered subjects. Rejecting both imposed universalism and fragmentary relativism, it presents itself as an invitation to think about the social in another way, incorporating complex issues such as universalism and particularism. In this sense,it does not deny the need for answers to multicultural questions, but to the way we generally treat them, reconfiguring the sense of difference beyond cultural diversity, which also includes singularity, multiplicity, the discursive flow in dispute. I argue that the approximation is powerful and relevant to the contemporary debate in which the country is dramatically inserted, considering inequalities and oppressions.



Resumo Espanhol:

El texto propone la articulación del aporte teórico-metodológico del enfoque discursivo laclauniano con las cuestiones multiculturales. Esboza un contexto en el que explica la relevancia del debate identitario para el país, a pesar de las críticas ylos problemas y riesgos con el esencialismo. A partir de ello, destaca lo que se ha entendido como multiculturalidad, es decir, un conjunto de respuestas sobre la condición plural de las sociedades contemporáneas. Tales respuestas son movilizadas por preguntas planteadas en múltiples contextos, incluida la educación. La teoría del discurso, por otro lado, surge como una teoría política posestructuralista y posfundacional. No hay orígenes ni teleologías, identidades fijas y sujetos egocéntricos. Rechazando tanto el universalismo impuesto como el relativismo fragmentario, se presenta como una invitación a pensar lo social de otra manera, incorporando temas complejos como el universalismo y el particularismo. En ese sentido, no niega la necesidad de respuestasa las cuestiones multiculturales, sino a la forma en que generalmente las tratamos, reconfigurando el sentido de la diferencia más allá de la diversidad cultural, que incluye también la singularidad, la multiplicidad, el flujo discursivo en disputa. Sostengo que la aproximación es poderosa y relevante para el debate contemporáneo en el que el país se inserta dramáticamente, considerando las desigualdades y las opresiones.