Neste estudo, articulamos o conceito de tradição de linguagem de Hans-Georg Gadamer e seus desdobramentos educacionais com a ideia do professor como tradutor-intérprete no ensino de Química. Partimos, estimulados pelo químico Pierre Laszlo, de uma perspectiva ontológica de linguagem, especialmente, a de Hans-Georg Gadamer, filósofo alemão que estabeleceu a Hermenêutica Filosófica com sua obra Verdade e Método de 1960. Iniciamos apresentando elementos que nos ajudam a elaborar compreensões neste texto, ao conceito de tradição de linguagem trazido por Gadamer e em como este conceito repercute no âmbito da Filosofia da Educação. A partir de uma ilustração acerca dos intérpretes da tradição de linguagem feita por Gadamer, foi possível percebermos o professor de Química também como um tradutor-intérprete da tradição de linguagem da ciência que se propõe a ensinar. Assim, traçamos provocações à formação e à atuação do professor de Química e com este olhar buscamos superar o que chamamos de limitação dialógica, limitação histórica e limitação escrita. Consideramos que essas provocações formativas sobre a tradição podem contribuir para a Educação Química, com mais história, mais criticidade, mais subjetividade e experiência dos sujeitos que nela atuam.
In this study, we articulate Hans-Georg Gadamer's linguistic tradition concept and its educational repercussion with the idea of the teacher as translator-interpreter in Chemistry teaching. Our starting point is motivated by the chemist Pierre Laszlo, who follows an ontological perspective of language, especially Gadamer’s, a German philosopher who established the Philosophical Hermeneutics with his 1960’s work Truth and Method. We present elements that help us to dedicate to the concept of linguistic tradition brought by Gadamer and in how this concept reverberates in the field of the Philosophy of Education. From Gadamer’s illustration about the interpreters of the linguistic tradition it was possible to perceive the Chemistry teacher also as a translator-interpreter of the linguistic tradition of science that he intends to teach. Thus, we draw provocations to the formation and performance of the Chemistry teacher while we try to seek to overcome what we call dialogic limitation, historical limitation and writting limitation. We consider that these formative provocations about the tradition can contribute to the Chemistry Education with more history, more criticalness, more subjectivity and experience of the subjects that work in it.