O presente artigo analisa trajetórias biográficas de jovens negras que ingressaram pelo sistema de cotas na Universidade de BrasÃlia, bem como suas experiências relacionadas à discriminação de gênero e étnico-racial, preconceito, estereótipos e formas de enfrentamento. A partir de entrevistas narrativas realizadas com estudantes dos cursos de Direito e Pedagogia, foi possÃvel verificar que a famÃlia, a escola e a universidade produzem e reproduzem o racismo construÃdo ao longo da história. Diante disso, algumas jovens reagem com apatia, no entanto, outras são combativas. O ingresso na universidade ao mesmo tempo em que ampliou as perspectivas com relação ao futuro profissional, também revelou situações de racismo existentes na instituição. O presente estudo oferece subsÃdios para a discussão sobre a implantação das polÃticas de cotas no Brasil, à s quais vêm se configurando como possibilidade de reparo histórico das desigualdades.