TRAVESTIS: CORPOS EM TRÂNSITO!? SONHO, MITO E REALIDADE

Revista Ibero-America de Estudos em Educação

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ISSN: 1982-5587
Editor Chefe: José Luís Bizelli
Início Publicação: 31/12/2005
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Ciências Exatas, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Engenharias, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

TRAVESTIS: CORPOS EM TRÂNSITO!? SONHO, MITO E REALIDADE

Ano: 2016 | Volume: 11 | Número: Especial
Autores: Maria Alves de Toledo BRUNS Edmar Henrique Dairell DAVI
Autor Correspondente: Maria Alves de Toledo BRUNS | [email protected]

Palavras-chave: Corpo. Travestis. Silicone.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nosso foco é problematizar o fenômeno do ethos da vivência afetivo-sexual das travestis na interface com a modelagem de seu corpo. Realidade mutante, o corpo na contemporaneidade ocupa o lugar de mercadoria – um produto com direito a pequenos reparos e duração programada. Observa-se também, a construção de identidades e subjetividades baseadas em artefatos fixados sob ou sobre a pele: piercings, tatuagens, escarificações, silicone, hormônios, body building, crossdressing – que passaram a constituir maneiras e práticas de afirmação do eu a partir do corpo. O uso de silicone, hormônios e cirurgias plásticas para atingir a modelagem ideal do corpo pelas travestis se tornou algo corriqueiro entre essa população levando a um problema de saúde pública pelas lesões, deformações e até mortes. O método fenomenológico foi eleito para analisar, compreender-interpretar os discursos de 3 travestis pertencentes às classes sociais C e D; faixa etária entre 20 a 30 anos sobre os sentidos que atribuem ao processo de modelagem do corpo e as práticas afetivo-sexuais decorrentes da transformação. Resultados obtidos, a partir da análise de três entrevistas, apontam 3 categorias: “O sonho da beleza e do corpo perfeito”; a “dor e o processo de recuperação como um ritual de passagem”; e a “mudança no comportamento/personalidade a partir das aplicações”. Em busca do corpo perfeito ousam e cruzam as fronteiras éticas da estética e da saúde. Subvertem os sentidos do auto-cuidado para atender a lógica do mercado. As travestis mutilam e modelam seus corpos. Criam um corpo sui generis que se equilibra entre o feminino e o masculino e ainda, reivindica a existência de um ethos específico.