Roudinesco, E. (2019). Dicionário amoroso da psicanálise. Rio de Janeiro, Zahar, 360 págs. “A poesia não seria o que extrai o significante do código léxico para alçá-lo ao ponto de onde o não-sentido, próprio da música, dá a ouvir o que tem de inaudito?” (Didier-Weill, 1999, p. 11) “Uma bela aventura amorosa orquestrada por Jean-Claude Simoën”, criador da coleção Dictionnaire Amoureux para a editora francesa Plon. Assim Elisabeth Roudinesco (2019) denomina seu mergulho inédito nessa aventura que lhe é tão familiar: o vasto lugar de memória, relato em forma de labirinto, inventário errante que é um dicionário. Tal familiaridade também é afirmada pela autora em uma entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, realizada por Betty Milan em 21 de Outubro de 2017.1 Nessa entrevista, Roudinesco declara seu gosto pessoal por diferentes tipos de dicionários e listas, e relata que essa foi sua primeira experiência de leitura, já que seu pai era um “devorador de dicionários”.