Uma análise de práticas discursivas e não discursivas sobre o ensino de matemática em contextos indígenas

Zetetiké

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ISSN: 2176-1744
Editor Chefe: Dário Fiorentini
Início Publicação: 15/09/1993
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

Uma análise de práticas discursivas e não discursivas sobre o ensino de matemática em contextos indígenas

Ano: 2009 | Volume: 17 | Número: 2
Autores: Costa, Wanderleya Nara Gonçalves, Domingues, Kátia Cristina M., Andrade, Silvanio de
Autor Correspondente: Wanderleya Nara Gonçalves Costa | [email protected]

Palavras-chave: Educação indígena, Etnomatemática, Práticas discursivas e não discursivas

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo analisamos as práticas educativas relacionadas ao ensino de matemática para os índios, quando realizadas sob a perspectiva da Etnomatemática. Procuramos salientar alguns efeitos de verdade e de poder; para tanto, após indicar algumas aproximações entre a Etnomatemática e as pesquisas de Foucault, exploramos as possibilidades de diálogo entre estas duas posturas teóricas e apontamos transformações que a formação de professores indígenas tem sofrido e causado. A partir de nossas pesquisas com diferentes povos indígenas dos Estados de São Paulo e de Mato Grosso, ilustramos o fato de que a escola tem engendrado alterações substanciais nas concepções e nos usos do tempo e do espaço de culturas indígenas e modificado as práticas de atendimento às obrigações individuais, familiares e clânicas, dentre outras. Procuramos, com isso, abalar algumas certezas e convidar os educadores matemáticos que atuam com os povos indígenas a repensarem suas práticas discursivas e não discursivas.



Resumo Inglês:

In this article we analyze the educational practices related to the teaching of Mathematics to the Indigene when performed from the perspective of Ethnomathematics. We attempt to bring to the fore some effects of truth and power; in order to do this, after some approximations between Ethnomathematics and Foucault research, we explore the possibilities of a dialogue between these two theoretical positions and point out the changes that the formation of indigenous teachers has suffered and caused. From our research among different indigenous peoples from the states of São Paulo and Mato Grosso, we illustrate the fact that the school has engendered substantial alterations in the concepts and usages of time and space by indigenous cultures and changed the practices of meeting individual, family and clan obligations, among others. We endeavor, with this, to undermine some certainties and to invite Mathematics educators who work with indigenous peoples to rethink their discursive and non-discursive practices.