O presente artigo parte da ampliação do sentido do termo Bioética, buscando justificar na discussão sobre a ética vinculada às questões da vida a inclusão do problema doestatuto moral dasvidas não humanas. Trata-se de pensar os problemas ambientais como parte da Bioética, visto que as diferentes vidas estão mais ou menos integradas e constituem um continuumde inter-relações e interdependências. Esse sentido de bioética permite pensar uma educação ambiental crítica na qual o indivíduo humano não se perceba como fora e acima do meio ambiente, elevando sua vida a um patamar ético e político diferenciado, que o autoriza a dominar, explorar e fazer um uso indiscriminado de outras formas de vida. A defesa desse sentido de Bioética passa por duas estratégias teóricas interconectadas: 1) a necessidade de desconstrução de dualismoshierárquicos de valor para que o indivíduo possa se pensarenquanto sujeito inserido num meio ambiente não apenas cultural, mas também em alguma medida dependente de um mundo natural, em relação ao qual sua vida não se opõe; 2) a importância de incentivarnovos modos de se relacionar com outras formas de vida de maneira não opressiva e destrutiva com o fim de dar sentido pleno a ideia de preservação da natureza. Nesse sentido, pretende-se realizar, a partir das contribuições do pensamento ecofeminista, umacrítica aos dualismos hierárquicos de valor que formam a base da visão de mundo patriarcal explorativa e defender uma abordagem na qual as relações entre humanos e não humanos estejam pautadas em uma continuidade de formas de vida ao invés de sustentadas por divisões hierárquicas de oposição de valor. O componente curricular de Bioética pode ser um espaço de conscientização no Ensino Superior acerca da necessidade de propor um novo lugar para o ser humano em relação a outras formas de vida.
This paper starts from the extension of the meaning of the term Bioethics, and seeks to justify in the discussion about ethics linked to life issues the inclusion of the problem of the moralstatus of nonhuman lives. It is a question of thinking about environmental problems as part of Bioethics, since different lives are more or less integrated and constitute a continuum of relationships and interdependencies. This senseof bioethics allowsusto think of acritical environmental education in which the human person does not perceive himself as outsideor above the natural environment, placing his life in an ethical and political differentiatedlevel, which authorizes him to dominate, explore, and make an indiscriminate use of other forms of life.The defense of this sense of bioethics is made by usingtwo interconnected theoretical strategies:1)The need to deconstruct hierarquical dualisms of value so that the personcanthink of himself as asubject inserted in an environment not only cultural, but also to some extent dependent on a natural world, in relation to which his life does not oppose. 2)The importance of encouraging new ways of relating to other forms of life, in a non-oppressive and non-destructive way,in order to give full meaning to the idea of nature preservation.In this sense, we intend to carry out, considering the contributions of ecofeminist thought, a critique of the hierarquical dualisms of value that form the basis of the patriarchal exploratory worldview, and to defend an approach in which relations between humans and non-humansare based on a continuum of life forms rather than supported by hierarchical divisions of value opposition.Bioethics courses can be a placeofawarenesspromotionin Higher Education about the need to propose a new place for the human being in relation to other forms of life.
Este artículo parte de la expansión del significado del término Bioética, buscando justificar en la discusión sobre la ética vinculada a los problemas de la vida la inclusión del problema del estado moral de las vidas no humanas. Se trata de pensar en los problemas ambientales como parte de la Bioética, ya que las diferentes vidas están más o menos integradas y constituyen un continuo de interrelaciones e interdependencias. Este sentido de la bioética nos permite pensar en una educación ambiental crítica en la que el individuo humano no se perciba a sí mismo como fuera y por encima del medio ambiente, elevando su vida a un nivel ético y político diferenciado, que lo autoriza a dominar, explorar y hacer un uso indiscriminado de otras formas de vida La defensa de este sentido de la bioética pasa por dos estrategias teóricas interconectadas: 1) la necesidad de deconstruir valiosos dualismos jerárquicos para que el individuo pueda pensarse a sí mismo como un sujeto insertado no solo en un entorno cultural, sino también en cierta medida dependiente de un mundo natural, a lo que tu vida no se opone; 2) la importancia de alentar nuevas formas de relacionarse con otras formas de vida de una manera no opresiva y destructiva para dar un significado completo a la idea de preservación de la naturaleza. En este sentido, se pretende llevar a cabo, basándose en las contribuciones del pensamiento ecofeminista, una crítica de los dualismos jerárquicos de valor que forman la base de la cosmovisión exploratoria patriarcal y defender un enfoque en el que las relaciones entre humanos y no humanos se guíen por una continuidad. de formas de vida en lugar de sostenidas por divisiones jerárquicas de oposición de valores. El componente curricular de la Bioética puede ser un espacio para crear conciencia en la Educación Superior sobre la necesidad de proponer un nuevo lugar para los seres humanos en relación con otras formas de vida.