Tomando a avaliação enquanto tema, o presente estudo delimita uma prática não institucional enquanto problema de pesquisa – os ‘vistos’ concedidos por professores (as) aos estudantes, após a consecução de atividades escolares. O estudo foi desenvolvido em uma escola pública, e foram entrevistados professores, estudantes e seus familiares desde uma pauta que objetivou conhecer os diferentes consumos destinados a estes ‘vistos’. A prática de conferência das atividades escolares, conhecida como ‘visto’ atribuído aos cadernos, atravessa e se incorpora às relações sociais que ocorrem em práticas de ensino e aprendizagem, afetando ainda as relações entre família e escola. Dialogando com as proposições de Michel de Certeau, foi observado que se trata de prática cotidiana amplamente utilizada, e cujas diferenciações são postas ao consumo, uma vez que seu uso não refletido favorece o improviso, intensifica a centralidade do poder e inscreve o desejo pelo conhecimento em um status de baixa intensidade. Junte-se a isto, o fato de os ‘vistos’ incrementarem a disciplinarização dos corpos, interferirem diretamente junto ao rendimento e certificação escolar, além de fortalecerem concepções já refutadas, provenientes de lógicas comportamentais. O artigo aponta para a relevância dos estudos em cotidiano escolar, aproximando-se de práticas ainda pouco conhecidas
Observing the school evaluation the present study delimits a non-institutional practice as a research problem – the ‘visas’ granted by teachers to students after the completion of school activities. The study took place in a public school. Teachers, students and their families interviewed to know the different consumptions for these ‘visas’. The practice of checking school activities, known as the “visa” assigned to exercise books, crosses and incorporates the social relations that occur in teaching and learning practices, and affects the relations between family and school. In dialogue with the theory of Michel de Certeau, it was be observed that this is a used daily practice, and with differentiations in the consumption, since its use favors improvisation, intensifies the centrality of power and inscribes the desire for knowledge in a low intensity status. Add to this the fact that ‘visas’ increase the disciplining of bodies, directly interfere with school performance and certification, and strengthen already refuted conceptions derived from behavioral logic. The article points to the relevance of studies in daily school life, approaching practices still little known.