O artigo discute questões relacionadas à formação de professores negros/viados no Território Sertão do São Francisco, entre os estados da Bahia e Pernambuco. A (auto)biografia configura-se como dispositivo central na perspectiva adotada, pois revela o lugar das compreensões aqui pretendidas. Para isso, os sujeitos da investigação produziram narrativas sobre suas próprias trajetórias de vida, por meio de entrevistas (auto)biográficas, nas quais, sem roteiros estruturados, foram convidados a dizer sobre si mesmos, como tornaram-se professores. Narrar, aqui, é gesto político-científico de inscrição da presença dos sujeitos no mundo, pois lhes possibilita diversos modos de compreensão da realidade, por meio do questionamento e acionamento da memória. Acontecimentos, lugares e pessoas tecem a trama sobre o dizer-se viado, negro, professor. Nessa perspectiva metodológica, os conhecimentos se produzem na experiência do vivido pelo corpo que se diz no mundo em uma temporalidade biográfica. Aqui, estamos interessados em como o racismo e a homofobia estão presentes nessas trajetórias.
This article discusses issues related to the teacher development of black/queer teachers in the Sertão do São Francisco territory between the states of Bahia and Pernambuco. The (auto)biography is configured as a central device in the adopted perspective because it reveals the place of the intended understandings. Thus, the research subjects produced narratives about their life paths through (auto)biographical interviews, where, without structured scripts, they were invited to talk about themselves and how they became teachers. Narrating is, in this text, a political/scientific gesture of inscription of our presence in the world, for it enables us to understand reality in different ways, by questioning and triggering memory. Events, places, and people build the narrative plot about being a homosexual, a black person, or a teacher. In this methodological perspective, knowledge is produced in the experience of what is lived by the body that says itself in the world in a biographical temporality. We are interested in how racism and homophobia are present in these trajectories.
El artículo discute cuestiones relacionadas con la formación de profesores negros/queer en el Territorio Sertão do São Francisco, entre los Estados de Bahia y Pernambuco. La (auto)biografía se configura como un dispositivo central en la perspectiva adoptada, porque dice el lugar de las comprensiones aquí pretendidas. Para ello, los sujetos de la investigación produjeron narrativas sobre sus propias trayectorias de vida, a través de entrevistas (auto)biográficas, a las que, sin guiones estructurados, fueron invitados a decir sobre sí mismos, cómo llegan a ser profesores. Narrar es aquí un gesto político/científico de inscripción de nuestras presencias en el mundo, ya que nos permite diversas formas de entender la realidad, a través del cuestionamiento y el desencadenamiento de la memoria. Acontecimientos, lugares y personas tejen la trama narrativa sobre ser marica, negro, profesor. En esta perspectiva metodológica, el conocimiento se produce en la experiencia de lo vivido por el cuerpo que se dice en el mundo en una temporalidad biográfica. Aquí nos interesa cómo el racismo y la homofobia están presentes en estas trayectorias.