Na discussão acerca da interdisciplinaridade, que se desenvolve no Brasil, predomina a idéia de que ela é um processo de integração entre disciplinas. Essa integração deve ser progressiva e, por isso, pode, inclusive, propiciar a fusão das disciplinas envolvidas. Nessa perspectiva, as relações interdisciplinares dependem, fundamentalmente, de procedimentos metodológicos que se viabilizam por meio do esforço dos professores e pesquisadores imbuídos da postura interdisciplinar. Esta comunicação mostra que a conduta interdisciplinar não depende de procedimentos metodológicos, nem tampouco do esforço dos professores e pesquisadores, pois ela decorre de questões de natureza histórica. Portanto, é dessa premissa que se deve partir para alcançar uma compreensão da interdisciplinaridade que permita superar a fragmentação do conhecimento. Esta fragmentação decorre da divisão social do trabalho imposta pelo modo de produção capitalista. Por isso, a análise das relações interdisciplinares não pode prescindir do exame do processo histórico que divide o trabalho.