A lei 10.639/03 torna obrigatório o ensino de história e cultura Africana e afro-brasileira. Desse modo o presente trabalho tem como proposta estabelecer uma conexão entre o Ensino de Química e a Lei 10.639/03, de forma a oportunizar discussões sobre as violações dos Direitos Humanos sofridas pelos afrodescendentes, sem deixar de lado os conteúdos químicos presentes no currículo escolar do Ensino Médio. Dessa forma, teve-se como objetivo relatar a experiência de uma aula de Química que buscou levar ao alunado de uma escola pública em Araguaína, Tocantins, uma discussão sobre Direitos Humanos e racismo, a partir de uma abordagem da Química das proteínas. Primeiramente aplicou-se uma lista de exercícios, em seguida ocorreu um debate sobre racismo, gerado a partir da utilização de dois vídeos. Posterior ao debate ocorreu à explicação sobre proteína. Para findar a metodologia uma segunda lista de exercícios foi aplicada. Trabalhar na perspectiva da lei 10.639/03 com viés em Direito Humanos ainda é algo recente, mas necessário. Através da análise das respostas percebemos inicialmente que grande parte alunos não possuíam muitas informações sobre proteínas, entretanto alguns sabiam que a proteína melanina que dá a coloração a pele. A partir do questionário inicial foi possível fazer a caracterização da turma, o que nos forneceu informações sobre quais as disciplinas que trabalharam com racismo anteriormente, e sobre a identidade étnica de cada estudante. Através dessa árdua e motivadora tarefa, percebemos que o Ensino de Química tem muito a contribuir no sentido de desconstrução de paradigmas em torno dos negros.
The law 10.639/03 makes african and afro-brazilian history teaching obligatory in Brazil. Thus, the present study aims to establish a connection between the teaching of chemistry and the Law 10.639/03, in a manner that allow discussions about the violations of human rights and the racism suffered by afrodescendents, not forgetting the chemical content present in the high school curriculum. This way, our objective was to report the experience of a chemistry class that aimed to bring to the students from a public school in Araguaína, Tocantins, a discussion about human rights and racism, applying an approach on protein chemistry. At first, an exercise list was applied, followed by a debate on racism, created after the vídeos presentation. After this debate, there was an explanation about proteins. To finish the methodology, a second exercise list was applied. Working on the perspective of the Law 10.639/03 with an envisage in human rights is something still recent, but necessary. Through the analysis of the answers we observed that at first the students didn’t have much information about proteins, however some knew that melanin confers the skin color. From the first questionnaire it was possible to characterize the class, what gave us informations about which disciplines worked previously with racism, and about the ethnical identity of each student. Through this hard and motivating task, we observed that chemistry teaching has much to contribute in the sense of deconstruction of paradigms around Black people.