A estigmatização na interação entre professores e alunos observada durante as reuniões de Conselho de Classe é o tema desse artigo. Neste artigo são apresentados os resultados das análises produzidas a partir da investigação etnográfica de uma escola pública de ensino fundamental na cidade do Rio de Janeiro. O cenário dos Conselhos de Classe foi observado e analisado oferecendo pistas para compreender a prática pedagógica orientada pela estigmatização, medicalização e patologização dos alunos e, por vezes, de seus familiares como forma de justificar seus fracassos na escola. Foi possível observar que os alunos que não se encaixam nos padrões de normalidade impostos pela escola, recebiam uma marca, um estigma, passando a serem reconhecidos no meio escolar por tais atribuições. Havia na fala dos professores, um controle, que tornava essa marca visível a todos que conviviam com esses alunos. Os resultados desse estudo fornecem pistas para repensar a situação de vulnerabilidade e exclusão a que alguns alunos são expostos, na avaliação dos Conselhos de Classe, em função de suas dificuldades nos processos educacionais. Oferece, ainda, a possibilidade de pensar o respeito a diferença pela diferença em uma escola efetivamente inclusiva.
The stigmatization observed at the interaction between teachers and students is the thematic of this paper. It present’s the results from an ethnographic investigation at a basic public school at Rio de Janeiro city. For a school practice comprehension, especially between teachers and students, the participant observant was used at Class Council and classroom spaces. The analysis performed it follows that students that do not fit the normal standards imposed by school received a mark, a stigma, starting to be recognized for these assignments. It was also identified, at teachers speech, a control that made visible that mark to everyone who lives together with them. The results of this study provide clues to rethink the situation of vulnerability and exclusion that some students are exposed in the evaluation of the class councils, due to difficulties in their educational processes. It also offers the possibility of thinking about the difference by the difference in a school that effectively aims to be inclusive.