A Etnomatemática, como precursora dos estudos voltados para as questões socioculturais no interior da Educação Matemática - EM, provocou um deslocamento sobre as formas de se pensar os saberes matemáticoS. Como efeito desses movimentos por nós entendido como contraconduta, iniciados pela Etnomatemática, abriram-se linhas de fuga, ampliaram-se as possibilidades para pensar a EM a partir de diferentes lentes. Nesse sentido, participantes do grupo de pesquisa interinstitucional "Educação, Linguagem e Práticas Socioculturais - PHALA" (Unicamp, USF, UFScar, UFRGS) vem há dez anos desenvolvendo pesquisas nesse campo sob diversas lentes teóricas. Diante disso, nosso objetivo neste artigo é abordar alguns dos efeitos dessas pesquisas, tanto na perspectiva pedagógica como na forma e prática de se pensar e elaborar a pesquisa acadêmica em especial aquelas inspiradas na proposta filosófica da terapia wittgensteiniana, na desconstrução derridiana e na arqueogenealogia foucaultiana. Os arquivos estudados nos permitiram identificar dois aspectos: o primeiro refere-se ao reconhecimento, da legitimidade sobre a unicidade da Matemática, a qual é fortemente questionada por esse grupo que assumiu o uso de matemáticaS, no plural. E, segundo, identificamos rastros transgressores e decoloniais que emergem ao se praticar a pesquisa com estas apostas teórico-metodológicas.