Eric Aislan Antonelo é cientista da computação com mestrado em Engenharia de Sistemas de Computação, na linha de pesquisa “Sistemas Inteligentes”, pela Universidade de Halmstad, na Suécia, e doutorado em Ciência da Computação pela Universidade de Ghent, na Bélgica. Do seu vasto currículo destaca-se sua mais recente experiência como pesquisador associado na Universidade de Luxemburgo, de dezembro de 2016 a março de 2019, em projeto de pesquisa industrial com uma empresa privada usando técnicas de aprendizado de máquina. Estabelecemos contato quando o pesquisador recém chegou ao Brasil, após estadia em Luxemburgo. Na ocasião eu estava produzindo uma reportagem sobre “tecnologia e educação” para um projeto de ensino do qual participo, voltado para a produção textual em gêneros jornalísticos por acadêmicos/as e pós-graduandos/as em Letras, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Convidei-o para participar como fonte-especialista em Inteligência Artificial (IA). Dada a complexidade do tema, passei um briefing do meu projeto discursivo e o pesquisador colaborou já na fase preliminar da pesquisa exploratória, sugerindo temas para elaboração das perguntas. A entrevista, concedida em língua portuguesa no dia 14 de abril de 2019, via formulário compartilhado no Google Docs, tem como objetivo tomar os argumentos do pesquisador de modo a localizar a IA como disciplina e área da engenharia, compreender sua especificidade, tendências, impactos na educação e estágio de desenvolvimento no Brasil. Os resultados constantes no texto permitem: i) recuperar a razão da existência da IA – emular a inteligência do ser humano; ii) retomar a classificação tanto como IA simbólica referindo-se à manipulação de símbolos como sistemas de inferência por lógica, quanto como IA conexionista que engloba modelos chamados redes neurais. Entre suas diversas aplicações, destacam-se a tradução automática, reconhecimento de fala e sistemas Q&R; iv) compreender que a popularização do termo IA nos últimos anos se dá graças ao desenvolvimento tecnológico. De acordo com o pesquisador, no mundo do trabalho, poderá ser critério de desempate, transferindo à escola o dever de ensinar o básico de ciência da computação a fim de garantir a empregabilidade. Finalizo minha asserção agradecendo a gentileza do pesquisador ao tornar possível a reelaboração desta temática emergente e urgente que congrega reflexões acerca de tecnologia, educação e trabalho e ao periódico Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, que possibilita a circulação desta entrevista na íntegra para uma vasta comunidade, ampliando assim a discussão.