A verdade oculta da loucura: a construção desse conceito e as conquistas trazidas pela reforma psiquiátrica no Brasil e no Pará

Revista Brasileira de Ciências Criminais

Endereço:
Rua Onze de Agosto, 52 - 2º Andar - Centro - Centro
São Paulo / SP
01018-010
Site: http://www.ibccrim.org.br/
Telefone: (11) 3111-1040
ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

A verdade oculta da loucura: a construção desse conceito e as conquistas trazidas pela reforma psiquiátrica no Brasil e no Pará

Ano: 2018 | Volume: 144 | Número: Especial
Autores: Aline Wanessa Pinheiro da Silva, Érica Quinaglia Silva
Autor Correspondente: Aline Wanessa Pinheiro da Silva | [email protected]

Palavras-chave: História da loucura – Reforma psiquiátrica – Medida de segurança – Pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei – Políticas públicas de saúde mental.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Historicamente, a representação social da loucura passou por modificações. Os séculos XV e XVI tomavam-na como parte constituinte da condição humana. Nos séculos XVII e XVIII, propunha-se um modelo de internação em que os ditos loucos eram recolhidos em espaços cujo formato era o enclausuramento. Os hospitais gerais visavam não ao tratamento, mas à vigilância e à punição. Essa prática de internação prolongou-se na prática de hospitalização no fim do século XVIII e no século XIX. Já no século XX, a reforma psiquiátrica iniciou seu movimento de luta por meio de denúncias aos manicômios. Passou-se a se pensar na construção de serviços que fossem inclusivos e promovessem a dignidade das pessoas com transtornos mentais. Diante disso, este artigo aborda em seu escopo uma investigação histórica da loucura e o percurso da reforma psiquiátrica no Ocidente, especificamente no Brasil e no estado do Pará. Ademais, contempla as políticas públicas de saúde mental que se voltaram para a promoção de uma assistência que possibilitasse o resgate da humanidade dessas pessoas, especificamente daquelas que tiveram um conflito com a lei. Espera-se, destarte, oferecer perspectivas de implementação de serviços substitutivos à internação prolongada que visem ao restabelecimento de vínculos familiares e sociais.



Resumo Inglês:

Historically, the social representation of madness has changed. The fifteenth and sixteenth centuries took it as a constituent part of the human condition. In the seventeenth and eighteenth centuries, a model of hospitalization in which people with mental disorders were cloistered was proposed. General hospitals aimed not to treat but to whatch and punish. This practice of hospitalization was prolonged in the late eighteenth and nineteenth centuries. In the twentieth century, the psychiatric reform began its movement of struggle through denunciations of asylums. We began to think of constructing services that were inclusive and that could promote dignity of people with mental disorders. This article carries out a historical investigation of madness and the course of psychiatric reform in the Western context, specifically in Brazil and in the state of Pará. In addition, it contemplates the mental health public policies that aimed to promote assistance to make possible the rescue of the humanity of these people, specifically those in conflict with the law. It is hoped, therefore, to offer perspectives for the implementation of substitutive services for long-term hospitalization that attempt to restore family and social ties.