A presente proposta toma como base para sua elaboração a Conferência de Encerramento pronunciada pelo autor no Congresso Internacional de Direito Privado, realizado na cidade de Punta del Este, no mês de outubro de 2013. Seu objetivo é mostrar uma vantagem não muito explorada nem na Doutrina nem na Jurisprudência do nosso país. Não obstante o fato de que o trabalho é inficionado pela amostra de um estilo coloquial, típico do ato acadêmico para o qual se pensava, abrange aspectos de relevância no discurso da lei, como a possibilidade de considerá-lo como um campo narrativo em que os diferentes protagonistas de um conflito sócio-jurídico que intervêm nele, adicionam suas histórias opostas, até a consumação final da decisão judicial pelo juiz, também uma espécie singular de assunto narrativo. O discurso do Direito é descoberto dessa maneira, cheio de ficções que são inerentes a ele, e que na tradição jurídica latina, em um sentido amplo, desempenharam um papel particularmente importante. Os protagonistas assumem a ficção como se fosse a própria verdade, quando na realidade, isso pode ser uma mentira aprovada ou uma verdade disfarçada. O cruzamento das fronteiras entre Narrativa e Direito, que é proposto como uma categoria de análise específica da crítica jurídica em sentido estrito, mostra o papel da inventividade e da imaginação para modificar a realidade, através do discurso narrativo legal, como se fosse uma história literária, revelando assim o potencial performativo que tem, ainda mais se é fictício, apesar de muitas vezes isso ser negado ou pelo menos diferente.
The present proposal takes as a basis for its elaboration the Closing Conference pronounced by the author in the International Private Law Congress held in the city of Punta del Este in the month of October 2013. Its purpose is to show an edge not too much traveled expressly neither in the Doctrine nor in the Jurisprudence of our country. Notwithstanding that the work is inficionado by the sample of a colloquial style, typical of the academic act for which it was thought, it covers aspects of relevance in the discourse of law, such as the possibility of considering it as a narrative field in which the different protagonists of a socio-juridical conflict that intervene in it, add their opposite stories, until the final consummation of the judicial decision by the Judge, also a singular species of narrator subject. The discourse of Law is discovered in this way, full of fictions that are inherent to it, and that in the Latin legal tradition, in a broad sense, have played a particularly important role. The protagonists assume the fiction "as if" it were the truth itself, when in reality, this can be an approved lie or a disguised truth. The crossing of borders between Narrative and Law, which is proposed as a category of specific analysis of legal criticism in the strict sense, shows the role of inventiveness and imagination to modify reality, through narrative legal discourse, as if it was a literary story, thus revealing the performative potential that it has, even more so if it is fictitious, despite the fact that many times it is intended to deny or at least dissimilate.
La presente propuesta toma como base para su elaboración, la Conferencia de Clausura pronunciada por el autor en el Congreso Internacional de Derecho Privado llevada a cabo en la ciudad de Punta del Este en el mes de Octubre de 2013. Su finalidad es mostrar una arista no demasiado transitada expresamente ni en la Doctrina ni en la Jurisprudencia de nuestro país. Sin perjuicio de que el trabajo está inficionado por la muestra de un estilo coloquial, propio del acto académico para el que fue pensado, el mismo abarca aspectos de relevancia en el discurso del Derecho, tales como la posibilidad de considerar al mismo como un campo narrativo en el que los distintos protagonistas de un conflicto socio-jurídico que en el intervienen, suman sus relatos opuestos, hasta la consumación final de la decisión judicial por parte del Juez, también especie singular de sujeto narrador. El discurso del Derecho, se descubre así, plagado de ficciones que son inherentes al mismo, y que en la tradición jurídica latina, en sentido amplio, han desplegado un rol de especial relevancia. Los protagonistas asumen la ficción “como si” fuera la verdad misma, cuando en realidad, puede ser ésta una mentira aprobada o una verdad disimulada. El cruce de fronteras entre Narrativa y Derecho, que se propone como una categoría de análisis específica de la crítica jurídica en sentido estricto, muestra el papel de la inventiva y la imaginación para modificar la realidad, a través del discurso jurídico narrativo, tal como si fuera un relato literario dejando en evidencia así, la potencialidad performativa que el mismo tiene, más aún si es ficticio, pese a que muchas veces se pretenda esto negar o por lo menos disimilar.