Este artigo discute o polêmico texto escrito por Marx em 1857, no qual o líder da independência da América espanhola, Simón Bolívar, foi duramente criticado. O artigo de Marx causou espanto e revolta na maioria dos marxistas latino-americanos, motivo pelo qual houve um esforço em tentar justicar as críticas marxianas. Dentre os marxistas latinoamericanos que se destacaram na discussão deste texto marxiano encontra-se José Aricó. Suas teses armam que Marx, ao tratar de Bolívar e da América Latina, incorporou e negou, ao mesmo tempo, duas concepções hegelianas, a de “povos sem história”e a de Estado. Este texto traz algumas reexões para se discutir a crítica de Marx a Bolívar e a crítica de Aricó a Marx, objetivando apresentar um posicionamento em relação a este debate no interior do marxismo latino-americano
This paper discusses Marx's controversial text dated from 1857, in which Simon Bolivar, best known as the leader for the Independence of Spanish America, was severely criticized. Marx's text baffled and brought about revolt among Latin-American Marxists, which explains the prolic attempts to justify Marx's harsh comments. In such a context, José Aricó stands out as one of those who responded to Marx's text. In his theses, Aricó posits that Marx, when referring to Bolivar/Latin America, incorporated and denied, at the same time, two Hegelian concepts: “people without history”and the “State”. Thus this work raises some ideas with which it is possible to reect on the criticism made by Marx towards Bolivar, and also Aricó's criticism addressed to Marx. The main goal is to present an opinion regarding the issue raised here as far as Latin American Marxism is concerned.