O saber jurídico das elites brasileiras– representado no texto pelo “medalhão” de Machado de Assis – representa um capital simbólico que (re)produz uma organização social que cria espaços privilegiados de poder para alguns e controla e invisibiliza outros, impondo poder por meio do saber. Para tanto, o ensino jurídico sempre se voltou à “sacralização” de conceitos e institutos, implicando o afastamento de uma compreensão emancipatória do fenômeno jurídico, abordado de forma asséptica e dogmática, separando os “iniciados” na ciência do direito dos “não iniciados”. Nesse sentido, esta pesquisa – realizada a partir do método fenomenológico – objetiva discutir, a partir da ideia de profanação cunhada pelo filósofo italiano Giorgio Agamben, a possibilidade de um “novo uso” do ensino jurídico, capaz de subverter, pela via da resistência e da carnavalização waratiana, o modelo tradicional da sacralidade, rompendo o nexo historicamente estabelecido entre saber e poder.
The legal knowledge of Brazilian elites represented in the text by "Medallion" of Machado de Assis - is a symbolic capital that (re) produces a social organization that creates privileged positions of power for some and controls and rather invisible others, imposing power by know. Thus, the legal education always turned to the "sacredness" of concepts and institutes, involving the removal of an emancipatory understanding of legal phenomenon, approached in aseptic and dogmatic form, separating the "start" right science at the "uninitiated". In this sense, this research - carried from the phenomenological method - aims to discuss, from the desecration idea coined by the Italian philosopher Giorgio Agamben, the possibility of a "new use" of legal education, able to subvert, the path of resistance and waratiana carnivalization, the traditional model of sacredness, breaking the nexus historically established between knowledge and power