A repercussão das obras de Milton e de Pope na cultura portuguesa ao longo do século XIX pode ser avaliada pela ocorrência de citações e alusões avulsas na literatura original, no discurso de teorização e crítica literárias, e mesmo na ensaística não-literária. Não se tratando, certamente, de presenças tão destacadas como Scott e Byron no horizonte de leituras inglesas do nosso Romantismo, são, em todo o caso, autores que se podem situar numa segunda linha, mais amiúde conhecidos e apreciados do que, por exemplo, Shakespeare, que só a custo, no decurso do século, foi derrubando preconceitos, ganhando leitores e encontrando tradutores.