Com a independência de Angola em 1975, se solidificou uma estrutura política em que o Estado/MPLA passou a ser o principal meio para a distribuição de benefícios e privilégios, contribuindo para o fortalecimento de uma política autoritária e patrimonialista. Sendo assim, o presente artigo tem por objetivo partir do romance Mayombe (1980), do escritor angolano Pepetela, para analisar o processo político em Angola em sua contemporaneidade. Compreende-se que as estruturas de poder existentes em Angola após a independência, já aparecem desenhadas nesse romance, tecido ainda na guerrilha. Do mesmo modo, aparecem os debates acerca da nação e identidade propaladas em meio ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Parte-se do pressuposto de que as contradições, ambivalências e acomodações de interesses presentes entre a sociedade angolana e o Estado já estavam sendo estruturadas internamente antes mesmo da independência