O presente artigo apresenta e problematiza a questão agrária no continente africano em geral – correlacionada com a experiência específica da Guiné-Bissau a partir do período neoliberal. Tentou-se apresentar uma radiografia histórica que marcou o debate fundiário no continente e que segue nos dias de hoje, mobilizando diversos autores de variadas regiões da África e confrontá-los com as perspectivas cabralistas (Amílcar Cabral) sobre como a agricultura e a indústria deveriam estimular-se mutuamente, em equilíbrio e harmonia, considerando também a questão do gênero/trabalho, para o alavancamento do campesinato africano. Constituindo uma pesquisa em andamento, mobilizamos alguns autores para o debate mas sem esgotar o seu pensamento. A nossa postura analítica procurou adotar uma abordagem mais introdutória e menos complexa das discussões, incorrendo todos os riscos que essa estratégia metódica apresenta. Contudo, esperamos ter oferecido os subsídios para o entendimento do debate sobre a terra na África.