O objetivo deste artigo é discutir a circulação de ideias jurídico-penais bem como suas relações com a cultura religiosa, tendo por fontes um conjunto de periódicos jurídicos publicados entre os anos de 1874 e 1955. A procura por essas fontes deu-se a partir de necessidade de esclarecermos algumas perguntas relativas à forma como foram pensadas e estruturadas as instituições jurídico-penais em Minas Gerais. A partir do contato com essa documentação foi possível também esclarecermos alguns pontos relativos à própria formação de uma intelectualidade do campo jurídico, uma vez que ao se sociologizar a produção de tais periódicos tornou-se possível o entendimento da produção e do consumo do saber jurídico como um bem capaz de substituir o uso da violência propriamente dita por uma violência simbólica.